CHEGOU A HORA – VIVA ALGO NOVO – SEMANA DE EVANGELISMO FEMININO 2025
Texto: Colossenses 3:13
História bíblica: Jesus e a prática do perdão
Propósito: Inserir a prática do perdão no dia a dia
Princípio doutrinário: Conduta cristã
Leitura adicional: Parábolas de Jesus, cap. 19
Quantas vezes sofremos por não saber lidar com os conflitos relacionais. Os desen
tendimentos são inevitáveis, mas não precisam gerar sofrimento ou até mesmo o
desfecho de um relacionamento. O tema de hoje desafia nossas vontades e o sen
so comum. Vamos falar sobre o melhor antídoto não só para conflitos relacionais,
mas principalmente para sua saúde física e emocional.
O Japão, localizado em uma área de alta atividade sísmica, é famoso pela soli
dez de suas construções, projetadas para resistir a terremotos. Da mesma forma,
nossos relacionamentos precisam estar preparados para enfrentar conflitos e
desentendimentos inevitáveis. Você está pronto para os “terremotos” da vida? Para
desfrutar de relacionamentos resilientes, Colossenses 3:13 oferece três pilares fun
damentais que ajudarão não só a fortalecer e manter suas conexões firmes, mas
também o bem-estar emocional, mesmo diante das adversidades.
Colossenses 3:13 – “Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso
alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos per
doou, assim também perdoai vós.”
SUPORTAI-VOS UNS AOS OUTROS.
Suportar significa aturar, tolerar. Vivemos em tempos em que a intolerância às diferenças se tornou um desafio crescente. Nas redes sociais, é comum ver ataques
a quem pensa de forma divergente. O egoísmo, o individualismo e a autossuficiência imperam, fragilizando nossos relacionamentos. Esquecemos que somos seres sociais e que a convivência exige tolerância.
Tolerar não é sinônimo de aceitar desrespeito, mas sim de abraçar as diferenças,
exercitar a empatia, a compaixão e a compreensão. Trata-se de um esforço contínuo para manter a unidade e preservar relações que são preciosas. Quantos relacionamentos estão sendo destruídos por não existir a tolerância com o outro! Mas o verso continua:- PERDOAI-VOS MUTUAMENTE.
Além da tolerância, o perdão é fundamental. Jesus ensinou que devemos perdoar
“setenta vezes sete” (Mateus 18:21, 22), indicando que o perdão deve ser uma prá
tica diária.
Perdoar não só fortalece os relacionamentos, mas também melhora nossa saúde
mental, física e emocional. Nos últimos anos, a psicologia tem estudado os benefícios do perdão, comprovando que ele traz uma série de vantagens para nossa qualidade de vida. Adotar o perdão e a tolerância pode transformar profundamente nossas interações sociais e nossa própria felicidade.
Benefícios do perdão para a nossa saúde.
Pessoas que praticam o perdão apresentam menos problemas de variação na
pressão sanguínea. Existem estudos correlacionando a falta de perdão ao in
farto;5- Melhora do sistema imunológico. Estudos em pacientes com HIV que praticam o perdão apresentaram aumento do sistema imunológico (aumento das defesas do organismo);6
- Melhora da qualidade do sono, com isso, redução da fadiga;7
- Diminuição do estresse, da ira;8
- Existem estudos relacionando a prática do perdão como fundamental para a
remissão dos sintomas depressivos e ansiosos;9 - Melhora da saúde física, emocional e das relações sociais.10
Há algum tempo, ouvi uma história impressionante sobre uma senhora de 80
anos. Cerca de 15 anos atrás, ela começou a sofrer com dores insuportáveis nas
pernas, ao ponto de se tornar incapaz de andar. Após ser internada no hospital e
passar por diversos exames, os médicos não conseguiram encontrar uma causa
para seu sofrimento.
Um missionário estava visitando aquele hospital e, ao se encontrar com a senhora,
perguntou se ela guardava mágoa de alguém. Ela revelou que havia rompido re
lações com uma prima que amava muito, devido a um incidente imperdoável. O
missionário, lembrando do versículo de Provérbios 17:22, que diz “O coração bem–disposto é remédio eficiente, mas o espírito oprimido resseca os ossos”, sugeriu
que ela entregasse essa mágoa a Deus e tentasse perdoar a prima, mesmo que
parecesse impossível. - https://www.uclastresslab.org/pubs/Toussaint_JHP_2014.pdf
- AVEZUM, S. G. P. Avaliação da disposição para o perdão em pacientes com infarto agudo no miocárdio. 2018. Dissertação (Mestra
do em Ciências da Saúde) — Universidade Santo Amaro, São Paulo, 2018. - https://repositorio.umaia.pt/handle/10400.24/1213
- https://www.researchgate.net/publication/258189537_Dimensions_of_forgiveness_The_views_of_laypersons
- https://www.researchgate.net/publication/258189537_Dimensions_of_forgiveness_The_views_of_laypersons
- https://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/9133/1/14CNPS_25.pdf
- https://osf.io/preprints/osf/8qzgw
A senhora fez uma oração sincera e, pouco tempo depois, recebeu alta. Três dias
após voltar para casa, a campainha tocou. Para sua surpresa, levantou-se e andou
tranquilamente até a porta. Porém, algo maior ainda estava por vir. Quem estava
do outro lado da porta era sua prima, que havia viajado até ali para lhe pedir per
dão. Elas se abraçaram e se perdoaram, encerrando anos de mágoa e sofrimento.
O perdão é um ato de autocuidado, não para o outro, mas para você mesmo. É
como remover o pus de uma ferida para que ela possa cicatrizar. Se não aprender
mos a perdoar, nós nos tornaremos suscetíveis a doenças, físicas e/ou emocionais,
pois nossa mente vai encher de lixo emocional em vez de estar livre para criar e
planejar. Quanto mais intensa a dor e a humilhação, maior a necessidade de pra
ticar o perdão.
Mas, afinal, o que é o perdão?
É estar em paz com algo que aconteceu, mesmo que preferíssemos que não ti
vesse ocorrido. É transformar um pensamento negativo em algo neutro, como
“isso não me afeta mais”. Antes, ao lembrar do ocorrido, você sentia dor, mas, ao
perdoar, essa dor se transforma em nada. Perdoar não é esquecer, mas lembrar
sem sofrimento, alcançando a paz com aquela lembrança. É como uma cicatriz;
você se lembra do que aconteceu, mas não sente mais a dor.
Como colocar esse comportamento em prática?
Precisamos compreender que o perdão é um processo gradual e não ocorre do
dia para a noite. Ele demanda tempo porque é, na verdade, o resultado de um
sentimento de mágoa resolvido.
A mágoa surge devido a um acontecimento negativo — um desrespeito, uma ati
tude ríspida, uma palavra dolorosa. Ela sinaliza que houve um comportamento
inadequado. É importante trazer para a consciência que a mágoa surgiu por causa
de um comportamento, não a pessoa em si.
Normalmente, associamos os eventos aos sentimentos gerados e à pessoa envol
vida. No entanto, devemos focar no comportamento. Diga: “Isso que você fez me
magoou”, em vez de “Você me magoou”. Deixe claro para o outro a ação que gerou
esse sentimento. Concentre-se no comportamento, não na pessoa. Isso permite
que vivamos em harmonia, pois o perdão se torna uma consequência natural des
se entendimento. Ao separar o comportamento da pessoa, facilitamos o processo
de perdão e evitamos associar a mágoa ao indivíduo.
É importante lembrar que, em casos de violência, existem leis na sociedade que
protegem as pessoas de abusadores e agressores. Perdoar não significa que você
deve conviver com o abusador.
Apesar de alguns estudos do comportamento humano nos ajudarem a entender
como lidar com o perdão, sabemos que praticar o perdão vai contra nossa natu
reza humana. Somente quando tivermos a presença de Deus em nossas vidas é
que estaremos capacitados a realmente perdoar. O perdão como hábito é algo tão
profundo na Bíblia que, inclusive, está condicionado ao ato de Deus para conosco.
Esta é a terceira preciosidade que encontramos em Colossenses 3:13: - ASSIM COMO O SENHOR VOS PERDOOU, ASSIM TAMBÉM PERDOAI VÓS.
Esse verso enfatiza uma condição crucial: Deus nos perdoa quando perdoamos os
outros. Ele estabelece que Seu perdão depende de nossa capacidade de perdoar
nossos irmãos.
Outros trechos bíblicos reforçam essa mensagem. Em Mateus 6:12, 14, 15. Isso de
monstra que o perdão de Deus está condicionado ao nosso ato de perdoar. Ele nos
orienta a perdoar para nosso próprio bem, e a ciência confirma os benefícios do
perdão para nossos relacionamentos, saúde física, emocional e espiritual.
Perdoar pode ir contra nossa natureza, mas compreender quem é Deus em nossas vidas e permitir que Ele atue em nós é fundamental para praticar o perdão. Estudos ajudam a entender, mas é a conexão com Deus que realmente nos capacita
a perdoar genuinamente.
Jesus é nosso maior exemplo de perdão. Ele tinha como hábito praticar o perdão
e demonstrou essa prática em várias ocasiões, como quando perdoou a mulher
pega em adultério, a mulher samaritana, Zaqueu e até mesmo o ladrão na cruz.
Na hora de Seu último suspiro, mesmo sendo zombado, Ele pediu: “Pai, perdoa–lhes porque não sabem o que fazem” (Lucas 23:34).
Deus já deixou explícito para nós a importância de perdoar. Esse é o antídoto. Sem
a prática do perdão, uma circunstância temporária se transforma em uma condi
ção perpétua.
Você percebe que tanto o conhecimento bíblico quanto o conhecimento científico corroboram para que criemos o hábito de praticar o perdão? Permita-me fazer mais uma reflexão:
Na química, o prefixo “PER” indica a quantidade máxima de átomos que uma mo
lécula pode conter. Por exemplo, em “perclorato” e “peróxido”. Esse conceito de
atingir o máximo também se aplica a nossas ações e sentimentos. Podemos fazer
bem-feito ou PERfeito. Podemos fazer o curso ou o PERcurso, e assim vai. Na lín
gua portuguesa, se quisermos potencializar uma palavra em grau máximo, é só
inserir o prefixo PER.
Quando falamos de amor, entendemos que ele significa entrega e doação. O
maior amor já visto na Terra foi o que Deus fez por nós, de Se DOAR por você e por
mim. Portanto, se você deseja viver o amor, que é se doar, em grau máximo, é só
colocar o prefixo PER na frente: PERDOAR, pois perdoar é amar em seu nível mais
alto. Não existe saúde no relacionamento se não houver perdão. Se você deseja
começar a viver o novo de Deus, é hora de praticar o perdão (Efésios 4:32).
O que as famílias mais necessitam é de perdão e reconciliação. O inimigo tenta
fazer você acreditar que perdoar é impossível, mas a verdade é que a família não
sobrevive sem perdão, pois todos somos imperfeitos. Romanos 3:23 nos lembra
que todos pecaram. O perdão floresce através de um encontro sincero com Deus
e da meditação em Sua Palavra.
Melissa, uma linda garotinha de 10 anos, era filha de uma família de missionários.
Tinha um irmão mais velho, de apenas 11 anos.
Eles estavam havia apenas 1 ano e meio em Palau, na Micronésia, quando, certa noi
te, 21 de dezembro, um bandido, sob efeito de drogas, entrou na casa dessa família e
matou os pais e o irmão de Melissa a pauladas. Ele levou a menina. Permaneceu 24h
com ela. Depois a deixou em algum lugar isolado achando que ela estivesse morta.
Ela se lembra de subir até a estrada e acenar com as mãos. Um casal gentil parou.
Ela nunca mais os viu e acredita que foram anjos que a levaram para o hospital.
Mais de 20 anos se passaram. Em um evento para missionários, agora como uma
linda e jovem enfermeira e missionária, ela fez o seguinte relato:
Creio que a cura e o perdão caminham de mãos dadas. Quando você
perdoa, a cura vem logo em seguida. Aprendi que perdoar não significa necessariamente esquecer. Perdoamos e continuamos nos lembrando do que ocorreu, mas não mantemos mais nada contra
a pessoa que nos feriu. Certamente, não é possível perdoar alguém
se você não pedir a Deus que coloque o perdão dentro de você. O
perdão não é algo que ajuda apenas a pessoa perdoada. Também
é algo que faz bem a quem perdoa. Literalmente, é como se você
tirasse um fardo dos ombros.
Querido Deus, ajuda-me a acredita que a Bíblia é a Palavra de Deus, e que eu receba esta mensagem hoje com o coração aberto e permita que Deus traga a cura para o seu coração, para o meu relacionamento. Está na hora de começar a viver nesta Terra um pouco do que um dia viveremos no Céu. Te peço em nome de Jesus, Amém”
