Despindo-se da Túnica: A História de José

Quarta de Poder 25 – VIVENDO POR GRAÇA

Texto-base: Gênesis 37:2-4
“Esta é a história da família de Jacó: Quando José tinha dezessete
anos, pastoreava os rebanhos com os seus irmãos. Ajudava os filhos
de Bila e os filhos de Zilpa, mulheres de seu pai; e contava ao pai a má
fama deles. Ora, Israel gostava mais de José do que de qualquer outro
filho, porque lhe havia nascido em sua velhice; por isso mandou fazer
para ele uma túnica longa. Quando os seus irmãos viram que o pai
gostava mais dele do que de qualquer outro filho, odiaram-no e não
conseguiam falar com ele amigavelmente.”

Houve três etapas na trajetória da vida de José:

  1. José da túnica.
  2. José escravo e na prisão.
  3. José governador – o José dos sonhos.

    I – JOSÉ DA TÚNICA

    ASPECTOS POSITIVOS: ele era o escolhido (filho da velhice); vida de
    privilégios; proteção; conforto; comodidade; segurança; ausência de
    problemas; tranquilidade.

    ASPECTOS NEGATIVOS: achar que o sucesso é alcançado sem esforço; dificuldade para aceitar a derrota; egoísmo; achar que é o centro das atenções; dependência; indulgência; senso de incapacidade; fraqueza diante de desafios.

    Uma túnica de várias cores – Naquele tempo, as roupas indicavam
    posição social. A púrpura era reservada aos reis. A túnica de José era
    uma expressão aberta e declarada de puro favoritismo.
    José usava a túnica com bastante frequência e sentia-se especial. No
    entanto, toda vez que a usava, José lembrava aos irmãos que eles
    nunca seriam amados pelo pai como ele era amado.
    José e os sonhos – Naquela época, os sonhos eram considerados
    proféticos, e José não teve o bom senso de manter seus sonhos em
    segredo.

    Verso 6: “Ouçam meu sonho […]”
    Verso 8: “[…] vocês se curvarão em expressão de humilde obediência à minha autoridade.” “[…] E o odiaram ainda mais, por causa do sonho e do que havia dito.”

    II – JOSÉ ESCRAVO

    Salmo 105:17-19
    “[…] mas enviou um homem adiante deles, José, que foi vendido
    como escravo. Machucaram-lhe os pés com correntes e com ferros
    prenderam-lhe o pescoço, até cumprir-se a sua predição, e a palavra
    do Senhor confirmar o que dissera.”
    Um dia José caiu na emboscada de seus irmãos. Mudança de situ
    ação: sem família, sem lar, sem amigos, sem pai, sem as vantagens
    que tinha, sem liberdade, sem futuro e sem a túnica.

    Foi aí que José iniciou a grande trajetória de sua vida, uma jornada
    de crescimento e preparo. Para vencer as provas, é necessário des
    pir-se da túnica. O coração é revelado, e o caráter é forjado quando
    a vida não sai conforme planejamos.
    Muitos prisioneiros de guerra e reféns relatam que a pior coisa em
    sua experiência foi perceber que haviam perdido o controle da pró
    pria existência.
    Observadores dos campos de prisioneiros da Coreia na década de 1950
    concluíram que aqueles que se refugiavam em um estado de aceitação
    passiva tinham menor probabilidade de sobreviver e se recuperar.
    Por outro lado, os que conseguiram restabelecer o senso de controle
    sobre o próprio futuro triunfaram sobre a adversidade.
    Os prisioneiros resgatados no Vietnã afirmaram que se impunham
    programas de exercícios vigorosos, memorizavam histórias e desen
    volveram sinais secretos por meio de leves batidas nas paredes para
    cada letra do alfabeto.
    José também era um prisioneiro, longe de casa, traído pelos irmãos,
    raptado por mercadores de escravos, cercado de estranhos. Mas, a
    Bíblia diz, em Gênesis 39:2, que “o Senhor Deus estava com José”.
    Apesar de ter perdido a liberdade, José recusou-se a pensar em si
    mesmo como alguém impotente. A fé crê que, com Deus, jamais so
    mos vítimas indefesas.
    Ler sobre o resultado de sua atitude em Gênesis 39:3, 4.
    Os que se despem da túnica permanecem fiéis aos seus valores
    mesmo quando tentados a transigir.

    Tentação em três etapas e três abordagens:
    a. Uma abordagem direta, nada sutil
    Gênesis 39:7: “Assim, depois de algum tempo, a mulher de
    Potifar pôs os olhos em José e lhe disse: — Venha para a
    cama comigo.”

    Eis a resposta de José – Gênesis 39:8, 9: “Ele, porém, recusou
    e disse à mulher do seu dono: — Escute! O meu senhor não
    se preocupa com nada do que existe nesta casa, pois eu es
    tou aqui; tudo o que tem ele passou às minhas mãos. Não há
    ninguém nesta casa que esteja acima de mim. Ele não me ve
    dou nada, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como,
    pois, cometeria eu tamanha maldade e pecaria contra Deus?”

    b. Abordagem persistente
    Gênesis 39:10: “Ela falava com José todos os dias.”
    Mesmo assim José recusava. “É perigoso deter-nos considerando as vantagens que poderemos ganhar cedendo às sugestões de Satanás” (O Maior Discurso de Cristo, p. 83).

    c. Abordagem pela força
    Ler Gênesis 39:11, 12.
    Quando a tentação se apresenta forte, a única saída é a fuga
    imediata. Na verdade, fugir significa enfrentar.
    Em que momento estamos mais vulneráveis à tentação?
    Quando descemos ao vale e os problemas emprestam ao pe
    cado uma aparência irresistível.
    “Toda tentação resistida, toda provação valorosamente suporta
    da, traz-nos uma nova experiência, levando-nos avante na obra
    da edificação do caráter. A pessoa que, mediante o poder divino,
    resiste à tentação, revela ao mundo e ao universo celestial a
    eficácia da graça de Cristo” (O Maior Discurso de Cristo, p. 83).

    III – JOSÉ PRISIONEIRO
    Gênesis 39:21: “O Senhor, porém, estava com José, foi bondoso com
    ele e fez com que encontrasse favor aos olhos do carcereiro.”
    José resolveu que seria melhor encarar a vida com o Senhor e não ter
    nada a encarar a vida sem o Senhor e ter tudo.

    Os que se despem da túnica encontram sentido e propósito no sofri
    mento e na provação.
    Estudos de bilhetes deixados por suicidas concluíram que a falta
    de propósito e significado para a vida é uma das razões mais im
    portantes que levam essas pessoas a esse ato. Incontáveis pesso
    as devastadas por traumas descrevem como problema básico uma
    existência sem sentido.
    Contudo, é possível encontrar um propósito numa prisão? Pode uma
    situação dessas ser considerada uma bênção? A resposta está em
    Gênesis 39:22.
    Na época de sua vida que esperaríamos vê-lo ocupado exclusiva
    mente consigo mesmo, José demonstrou sincera preocupação com
    o bem-estar de outros (Gn. 40:7). Ele fez isso sem esperar nada em
    troca. E, assim, deu sentido à sua vida na prisão.
    Não foi obra do acaso José passar anos como escravo e prisioneiro
    antes de ser elevado a uma posição de destaque e ser usado por Deus.
    “É nesse processo de encontrar e resolver problemas que a vida acha
    seu significado. Só os problemas nos fazem crescer mental e espiritu
    almente. Esse é o motivo pelo qual os sábios aprendem a não temer,
    mas a aceitar os problemas, bem como a dor que os acompanha”
    (Scott Peck, Formação da Personalidade).

    IV – O JOSÉ GOVERNADOR – “O JOSÉ DOS SONHOS”

    Gênesis 41:1: “Passados dois anos completos, Faraó teve um sonho […]”
    Ler Gênesis 41:14 e 33-40.


    Despido da túnica, José encontrou seu sonho. “A formação do caráter não é obra de um dia, nem de um ano, mas de uma existência.
    A luta pela conquista do eu, pela santidade e o Céu, é uma luta que
    se prolonga por toda a vida. Sem contínuo esforço e atividade
    constante, não pode haver progresso nem ganho da coroa da vitória”
    (A Ciência do Bom Viver, p. 452).

Ajuda nos a viver os Teus sonhos Senhor, em nome de Jesus, amem!