AS MARCAS DE AMOR – SEMANA DA FAMÍLIA 2025

Jesus Cristo carrega consigo as marcas da redenção. Mais do que sinais de sofrimento, as cicatrizes de Deus são os sinais de certeza de que a ferida do pecado é vencida Nele. As marcas de Jesus são as marcas da cruz que Ele carregou, lembrando-nos de que a visibilidade
dessas marcas é um argumento contra o mundo e para a Sua glória. Ao mesmo tempo, a visão das marcas do Salvador é um antídoto contra a desesperança em relação às nossas feridas.
Ao percorrer as páginas da Bíblia nos deparamos com as muitas formas como Deus expressa o Seu relacionamento conosco. Ele nos chama de filhos e nos ensinou a chamá-Lo de Pai. Muitas vezes – a maior parte das vezes – somos chamados de servos e instados a nos dirigir a Ele como Senhor. Uma das mais conhecidas formas com que Deus nos chama é de ovelhas, sendo Ele o nosso Pastor.
Em todas as formas, destaca-se uma relação de pertencimento: os servos são tratados como filhos, os filhos são uma nação de primogênitos e o Bom Pastor dá a vida pelas Suas ovelhas.
O que se destaca também, e com magnífica importância, é que Deus se
revela em Jesus Cristo de todas essas formas também. Jesus é o filho
encarnado submisso ao Pai, Ele é o servo sofredor e é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.
O Bom Pastor e o Cordeiro
Dificilmente, de forma pronta, o caráter orgulhoso do ser humano iria
escolher identificar-se com uma ovelha. Ovelhas são animais extrema
mente dependentes, não possuem garras, presas ou qualquer característica de agressividade ou mesmo capacidade de defesa. Não são rápidas nem tampouco corajosas, enxergam mal, são vulneráveis a doenças e possuem uma inteligência limitada. Elas são o exato oposto dos animais que preferimos como nossos emblemas de bravura: leões, águias, lobos. Se alguém encontrar uma ovelha em boas condições de saúde, e com boa lã, certamente o mérito é do pastor que cuida dela. “Vós sois
minhas ovelhas”, disse Deus. E o Pastor amado as conduz e é disposto a dar a vida por elas.
Mas é importante destacar aqui que ao nos chamar de ovelhas ou cordeiros, Deus não está desvalorizando a obra de Suas mãos, muito pelo contrário, as ovelhas são o alvo do precioso cuidado e amor do Pastor.
No último livro da Bíblia, encontramos:
“Jamais terão fome, nunca mais terão sede, não cairá sobre eles o sol,
nem qualquer outro calor forte, pois o Cordeiro que está no meio do
trono os apascentará e os guiará para as fontes da água da vida. E
Deus lhes enxugará dos olhos toda lágrima” (Apocalipse 7:16).
O livro revela o rebanho de Deus sendo apascentado pelo Cordeiro de
Deus. Temos umas poderosas e abençoadas lições aqui, começando
por entender que a realidade do pecado nos cega para a realidade da
perfeição em Deus. Não temos nenhuma referência em um contexto
totalmente caído do que podemos ou devemos ser tanto em identidade
quanto em sucesso. Falamos exaustivamente de progresso e evolução
sem termos a clareza de para onde estamos evoluindo e progredindo
como pessoas, famílias ou sociedade. Em Sua graça, Deus nos alcançou
no ponto onde caímos e nos ofereceu, em carne, um alvo para o qual
devemos prosseguir. Cristo encarnado revela quem Deus é, o que Ele
quer de nós e para nós; revela também quem somos e o que seremos
em Cristo.
Podemos nos alegrar porque em Jesus temos uma identidade não imaginada, pelo contrário, ela é presente tanto na história humana como agora como o Cordeiro que está assentado no centro do trono. E isso nos livra do cansaço que envolve uma auto definição. Qualquer construção de identidade que não venha de fora de nós (de Deus), será inevitavelmente confusa, falha e competitiva. Ou seja, ela depende das características opostas dos outros para se delinear e, pior ainda, depende
das falhas alheias para se definir como precisa e dos fracassos dos outros para ser entendida como bem-sucedida.
No Cordeiro, podemos viver a alegria do propósito e da aceitação.
A marca da encarnação revelada em Jesus nos permite ser representados
no Céu. Jesus afirmou: “ninguém vem ao Pai se não por mim”. O pecado nos separou tragicamente do trono do Pai, mas em Jesus podemos nos dirigir a Ele:
“Tendo, pois, Jesus, o Filho de Deus, como grande sumo sacerdote
que adentrou os céus, conservemos firmes a nossa confissão. Porque
não temos sumo sacerdote que não possa se compadecer das nossas
fraquezas; pelo contrário, ele foi tentado em todas as coisas, à nossa
semelhança, mas sem pecado. Portanto, aproximemo-nos do trono da
graça com confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrar
mos graça para ajuda em momento oportuno” (Hebreus 4:14-16).
Há um Cordeiro que nos representa no Céu, e Ele nos levantou para
um propósito sublime: representá-Lo na Terra, chamando-nos a viver
como Suas testemunhas. Nossa vida aqui tem por objetivo mostrar a
face do Cordeiro para que Seu amor, Sua justiça e Sua glória sejam
conhecidas.
Quando somos confrontados pelas nossas falhas seja como pais, cônjuges, filhos ou mesmo como partes do Corpo de Cristo, o peso da culpa nos fere a alma. Nenhum de nós pode pretender ter uma família per
feita. Na verdade, é o contrário disso muitas vezes nos encontramos
correndo desesperadamente para permanecer no mesmo lugar e não
sermos devorados pelos ataques do mundo.
Se a visão de quem somos e o que fazemos não for seguida pela visão
de Deus e do que Ele faz, esse contato com o evangelho parecerá mais
uma colisão do que um encontro. Carregamos as marcas de Deus, as
sim como carregamos as nossas marcas da estrada, as feridas causa
das pelas quedas.
Neste momento, nosso olhar deve se voltar para as marcas de Deus, que se identificou conosco e levou nossas feridas sobre Si. Suas cicatrizes serão eternas para que as nossas sejam passageiras.

Que a nossa oração hoje seja: Deus meu, eu Te louvo pela redenção em
Cristo Jesus, que não apenas morreu por mim e pela minha família,
mas também vive para que possamos nos achegar a Ti com confiança.
Permita-me ver Tuas marcas e que essa visão me leve a ter mais amor e
confiança na Tua graça. Amém.
