A MARCA NA TESTA

MARCAS DE AMOR – SEMANA DA FAMÍLIA 2025

Existe um pensamento característico que identifica aquele que tem experiência na graça de Deus e no temor derivado da consciência de Sua soberania. Essas características são apresentadas ao mundo de forma indisfarçável. A Bíblia ressalta a importância da transmissão e do desenvolvimento dessas características que se manifestam em pessoas que organizam a vida pela lógica do amor de Deus, e essa mesma lógica serve como proteção para suas mentes. A igreja e a família se destacam na Bíblia como instâncias de fomentação do pensamento de Deus em Seu povo, tal como destaca Seu povo como exemplo de completude como resultado de um pensamento oriundo da sabedoria de Deus.

A realidade é sempre mais complexa do que os instrumentos que utilizamos para compreendê-la. Por exemplo, a riqueza de informações contidas em uma única célula é incomparavelmente maior do que o
que podemos saber sobre o microscópio. Da mesma forma, não dá para
comparar a grandeza do Universo com o tamanho do telescópio. Isso é
verdade para a ciência como também é para a Bíblia. Jesus afirmou isso
em João 5:39 ao dizer aos estudantes das Escrituras que ela é uma lente
pela qual O compreendemos. Jesus é maior do que a Bíblia.
Porém, devemos atentamente notar que não é possível ter uma com
preensão da realidade sem o domínio dos instrumentos dispostos para
auxiliar nisso. Não dominar o manuseio do microscópio infere na baixa
ou equivocada compreensão da célula ou de qualquer coisa que o

microscópio permite ver. Assim, quanto menor é o conhecimento da Pala
vra de Deus menor é o conhecimento de Deus. Da vontade de Deus tudo
veio a existir, portanto, podemos também dizer que sem conhecimento
de Deus não há conhecimento verdadeiro sobre qualquer outra coisa.

O instrumento divino de compreensão de toda realidade material é a
Sua lei.

Quando Deus criou tudo o que existe, Ele também criou o relaciona
mento entre todas as coisas e, junto com isso, Deus estabeleceu regras
para esse relacionamento. A luz e as trevas, por exemplo, uma vez se
paradas no primeiro dia da criação, se relacionam por meio de regras.
Por isso, entendemos o sentido da sombra, seu formato, etc. O mesmo
pode se dizer sobre as plantas. Quem tem uma plantinha em casa sabe
que a quebra de qualquer regra sobre ela pode custar a vida da planta,
por isso, nos informamos se ele deve estar à sombra ou exposta ao sol,
qual o tipo de solo e assim por diante. O mesmo sentido nos levará à
criação do homem e ao desdobramento de suas relações – inicialmente,
a partir das regras (aliança) entre os homens (homem e mulher). Essas
regras de relacionamento e a interdependência entre eles chamamos de
aliança. Toda inteligência, portanto, está diretamente relacionada à lei.

“O temor do SENHOR é o princípio do saber”, escreveu Salomão em
Provérbios 1:7.

Já vimos essa semana que a lei de Deus deve ser um
fundamento do nosso lar. Devemos também compreender que a sabedoria e a lei do Senhor são inseparáveis. Vamos meditar sobre alguns princípios importantes da sabedoria:


Primeiro princípio: Não existe sabedoria fora dos limites da lei.
Pense na lei como as paredes de uma caixa. A sabedoria só pode ser
encontrada dentro dela. Qualquer coisa, por mais inteligente que pareça, fora da circunspecção da vontade expressa de Deus é estultícia. A sabedoria é a aplicação da vontade de Deus em todas as áreas da vida.
Salomão estava diante de uma situação em que duas mulheres reivin
dicavam a legitimidade da maternidade sobre um recém-nascido. Não
vamos encontrar nenhum mandamento dizendo o que fazer numa situação como essa, no entanto, a decisão tomada para ser sábia não deve contrariar o que todos os mandamentos dizem. Neste caso, entrou em operação a sabedoria que provém do mesmo poder de onde vieram os
mandamentos.
Segundo princípio: A sabedoria se manifesta como traço de comportamento. Escute o que Tiago disse sobre isso:
“Quem entre vocês é sábio e inteligente? Mostre as suas obras em
mansidão de sabedoria, mediante a sua boa conduta. […] Mas a sa
bedoria lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, gentil,
amigável, cheia de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fin
gimento. Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que
promovem a paz” (Tiago 3:13;17,18).
Muito mais do que uma definição de competência ou potência cerebral,
a Bíblia nos diz que a sabedoria é manifestada em relacionamentos e
demonstrada em pureza, gentileza, imparcialidade, sinceridade, misericórdia e paz. A sabedoria é fruto do Espírito e, como se pode facilmente notar, suas características são as mesmas descritas por Paulo
em Gálatas 5:22. Isso nos leva a concluir que sabedoria é um sinal de
Deus em seus filhos, pois nenhum desses traços de comportamento podem ser escondidos ou disfarçados.


Terceiro princípio: A sabedoria se adquire, se aprende e se desenvolve. Sobre o desenvolvimento de Jesus, o texto diz: “E Jesus crescia em sabedoria, estatura e graça, diante de Deus e dos homens” (Lu
cas 2:52).

O desenvolvimento físico, mental e espiritual é apresentado
como concomitantes e em plena harmonia e conformidade no relacionamento com Deus e com os homens. Tiago também fala que podemos recorrer a Deus como fonte de sabedoria e, certamente, receberemos Dele (Tiago 1:4 e 5). Agora, é de imensa importância pensar na maneira
como Deus escolheu que a aquisição, e o desenvolvimento acontecesse.
Salomão, no mesmo contexto em que diz que o temor do Senhor é o
princípio da sabedoria vai dizer:
“Meu filho, ouça o ensino de seu pai e não despreze a instrução de
sua mãe. Porque serão um diadema de graça para a sua cabeça e co
lares para o seu pescoço” (Provérbios 1:8, 9).

A palavra que Salomão usa é Torah (lei, instrução). A torah da sua
mãe, é uma coroa na cabeça. Mais uma vez, afirmando que o que
pensamos comunica a quem pertencemos. Escrevendo a Timóteo,
Paulo afirmou:
“Quanto a você, permaneça naquilo que aprendeu e em que acredi
ta firmemente, sabendo de quem você o aprendeu e que, desde a infância, você conhece as sagradas letras, que podem torná-lo sábio para a salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda a Escritura é inspirada por
Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a
educação na justiça, a fim de que o servo de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 14-17).

Os princípios estão todos presentes nesses versos: o instrumento, a
fonte e o resultado esperado. Timóteo aprendeu a ser sábio por meio
das Escrituras transmitidas pela sua mãe, e o resultado é a habilidade
para toda boa obra.

A cultura dominante nos pressiona a compreender a declaração das
Escrituras Sagradas de forma reduzida, limitando o temor do Senhor
à fonte de sabedoria e conhecimento religioso. No entanto, a afirmação
diz exatamente o contrário: todo e qualquer conhecimento depende e
deriva da verdade conhecida por meio da religião de Cristo.

Há coisas importantes que devemos considerar a partir do que nos foi
revelado, especialmente diante de um contexto contemporâneo caracterizado como uma fábrica de doenças de mente. O sinal na testa é um mecanismo de proteção, pois não se trata apenas de se defender dos assaltos ideológicos do mundo, mas de ter a mente estruturada pela
mente de Cristo. Deus disse a Israel:
“Estas palavras que hoje lhe ordeno estarão no seu coração. Você as
inculcará a seus filhos, e delas falará quando estiver sentado em sua
casa, andando pelo caminho, ao deitar-se e ao levantar-se. Também
deve amarrá-las como sinal na sua mão, e elas lhe serão por frontal
entre os olhos” (Deuteronômio 6:6-8).

Somos agentes ativos enquanto família e igreja no processo de selar na
fronte os servos de Deus. O instrumento escolhido por Deus para marcar a testa significando um pensamento sábio e submisso ao Eterno é a educação em família. Tem sido a minha casa um local de desenvolvimento da sabedoria celeste? Tenho sido um instrumento divino para
inculcar o temor do Senhor aos meus filhos?

Que a nossa oração hoje seja: Senhor, que a Tua graça em mim não
encontre barreiras, mas que se manifeste de forma salvadora, educan
dome e, a partir de mim, formando um povo reconhecidamente sábio e
habilitado para toda boa obra. Amém.