MARCAS DE AMOR – SEMANA DA FAMÍLIA 2025

A circuncisão é a marca da aliança de Deus com Seu povo no Antigo Testamento. A marca implica diretamente no propósito de Deus de se fazer conhecido pela humanidade através de um povo. A aliança de
Deus com Abraão está diretamente conectada à aliança de Deus com o casal edênico na ordem para a multiplicação e a consequente expansão da imagem de Deus. Da mesma forma, a grande comissão para a Igreja
crescer e fazer discípulos de todas as nações têm a marca relacionada ao ato de gerar: o batismo como novo nascimento. A fé verdadeira reflete no exterior uma realidade interior, a de nascer de Cristo e para
Cristo. Da família de Adão na criação e queda; na família de Abraão na
formação do povo de Deus e nas famílias de fé na Igreja hoje.
Em uma sociedade organizada, os contratos estão por toda parte, neste
momento, cada um nós estamos vivendo pela vigência de pelo menos
um, mas se pensarmos mais um pouco, tenho certeza de que vamos
nos surpreender com a quantidade deles. E não poderia ser diferente,
pois temos necessidades importantes demais para não serem garantidas por algo ou alguém de nos dar segurança. Na cultura ocidental, neste tempo em que vivemos, é esperado que, ao firmar um contrato,
haja um documento em que os termos estejam descritos, assim como
os dispositivos legais referentes a possíveis quebras de contrato. A Bíblia apresenta em toda a sua extensão o relacionamento entre Deus e a humanidade de forma pactual, e a isso chamamos de aliança. O termo nos remete a pensar imediatamente em um anel dourado que os casa
dos usam na mão esquerda e podemos afirmar que esse pensamento
não é contrário ao que a Bíblia apresenta, porém, devemos compreen
der a amplitude e a suprema importância da aliança de Deus conosco e
como ela está diretamente relacionada com a nossa família.
Compreendemos pela Bíblia que na história da redenção do homem
as alianças ocupam um papel preponderante.
Podemos perceber com muita clareza que na estrutura deste pacto existem características
fundamentais:
- Aliança une pessoas;
- Aliança é uma questão de vida ou morte;
- Assim como há a expectativa de uma disposição mental (interna) para o cumprimento da aliança, também existe um símbolo externo que representa a aliança estabelecida;
- Deus não refaz alianças contrariando as anteriores.
Nos diálogos de Deus com a humanidade no Éden, já notamos Deus
explicitamente garantindo ao homem a alimentação (Gênesis 1:29), a
reprodução (Gênesis 1:28), o domínio sobre a Terra (Gênesis 1:26) e o
companheirismo (Gênesis 2:25). Deus também requer do homem obediência voluntária (Gênesis 2:16, 17).
Notamos também que existe um símbolo visível da aliança do Criador
com o casal feito à Sua imagem:
“Assim, pois, foram acabados os céus e a terra e tudo o que neles há.
E, havendo Deus terminado no sétimo dia a sua obra, que tinha feito,
descansou nesse dia de toda a obra que tinha feito. E Deus abençoou
o sétimo dia e o santificou; porque nele descansou de toda a obra que,
como Criador, tinha feito” (Gênesis 2:1-3).
Os símbolos físicos da aliança também trazem suas características: - O sinal é inconfundível e indisfarçável;
- O sinal distingue pessoas;
- O tratamento com o sinal é reflexo da postura com a aliança por
completo.
Deus manifestou Seu propósito na criação do homem e da mulher e
este propósito consistiu em encher toda a Terra com a glória Dele. O
homem feito à imagem de Deus, ao crescer, multiplicar e encher a Terra, espalharia a imagem de Deus por toda a sua extensão. Deus não mudou o propósito quando a humanidade caiu. Pelo contrário, Ele fez Sua aliança conosco e confirmou Sua vontade no decorrer da história.
Em Gênesis 3 podemos notar: - A continuidade da reprodução, em vez da extinção (Gn 3:16).
- O sustento (alimentação) proveniente do trabalho do homem sobre a terra (Gn 3:17).
- A continuidade do casamento e do companheirismo (Gn 3:16)
No decorrer da história vamos perceber os elementos da aliança se repetindo, primeiramente com Noé e depois com Abraão. Na gênese do povo de Deus, a reprodução ocupa mais uma vez um papel central. A glória de Deus vai se espalhar sobre a Terra por meio do crescimento
do Seu povo. O sinal está presente, distinguindo o povo de Deus dos de
mais povos do planeta. No entanto, devemos nos concentrar na função
da nossa família e da igreja.
Para a Sua igreja, Jesus disse:
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os
em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar
todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês
todos os dias até o fim dos tempos” (Mateus 28:19, 20).
Jesus ordena que Seu povo se reproduza, mas a ordem não está cen
trada na reprodução biológica aqui, e sim na geração de filhos na fé (2
Timóteo 1:2; 1 Pedro 5:13). De Adão e Eva a Abraão e Sara, e deles ate
nós, hoje.
A relação que deve existir entre pais e filhos, marido e esposa, famílias
e igreja é de aliança, não a aliança feita nos nossos termos, mas na
soberania de Deus e de Seu propósito de glorificar-se sobre a Terra.
Portanto, a reprodução, tanto biológica quanto por meio da pregação
do evangelho gerando filhos na fé, não pode ser reduzida a um crescimento quantitativo somente. A razão primordial é a imagem de Deus sendo refletida ao mundo nessas pessoas. Assim, também, não deve mos jamais basear qualquer relacionamento nas coisas que sentimos,
mas, nos termos da aliança que foi feita com Deus acima de tudo, tanto
quanto aos irmãos na fé como aos membros da família. O comprometimento visível do pacto sagrado não pode ser diminuído em sua importância porque Deus assim o quis para distinguir os Seus e para ser luz para os que procuram a verdade.

Que a nossa oração hoje seja: Deus a quem chamamos de Pai, que
para além do abrigo e manutenção da nossa vida, que minha casa
seja Teu centro operacional para espalhar a Tua glória no mundo, que
nosso visível compromisso contigo seja um sinalizador para os que Te
procuram. Amém.
