A cura dos dez leprosos

QUARTA DE PODER – SERMÃO 12

HINO INICIAL Como Agradecer – Novo HA, nº 346 SAUDAÇÃO

Estamos felizes porque você veio à última reunião de oração! Estamos na última Quarta de Poder! Vivenciamos momentos marcantes durante o ano e agradecemos a Deus por isso. Que o Espírito Santo ilumine você
mais uma vez e que seu amor a Deus seja renovado e sua fé, restabelecida.
Cremos que Deus continua realizando milagres hoje, no tempo do fim.



A gratidão é um elemento importante para a saúde emocional e espiritual. Está associada à percepção do que fizemos por outras pessoas e
do que elas fizeram por nós. No campo emocional, a gratidão combate
emoções tóxicas, melhora o humor e os relacionamentos. No aspecto
físico, estimula a produção de hormônios que regulam o sistema imunológico e melhora o sono. Na área espiritual, a gratidão é uma das maiores
virtudes e edifica nosso testemunho.

Em Seu ministério terreno, Jesus sempre encontrou necessitados, enfermos e oprimidos. Em todas as ocasiões, Ele mudou a vida daqueles que
invocaram Seu socorro, até mesmo na cruz (Lc 23:42,43). O episódio
com os dez leprosos é uma lição sobre gratidão e indiferença. Vejamos a
descrição desse acontecimento em Lucas 17:11-19, NAA:
De caminho para Jerusalém, Jesus passava pelo meio de Samaria
e da Galileia. Ao entrar numa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez
leprosos, que ficaram de longe e gritaram: Jesus, Mestre, tenha compaixão de nós! Ao vê-los, Jesus disse: Vão e apresentem-se aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados. Um dos dez,
vendo que estava curado, voltou dando glória a Deus em alta voz e
prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus, agradecendo-lhe.
E este era samaritano. Então Jesus perguntou: Não eram dez os que
foram curados? Onde estão os nove? Não se achou quem voltasse para
dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro? E lhe disse: Levante-se
e vá; a sua fé salvou você.

Jesus estava de viagem para Jerusalém. O caminho do vale do rio Jordão
era o mais seguro e usual entre os judeus. Porém, em vez de seguir para o
sul, indo diretamente para Jerusalém, Jesus escolheu passar por Samaria
e Galileia (Lc 17:11). Jesus tomou a direção leste, que levava para além
do Jordão e para a região da Pereia. Jesus e os discípulos estavam em
uma região aberta, fora das cidades em que havia pequenas aldeias. Ali
moravam pessoas excluídas da convivência social por causa de doenças
físicas ou espirituais.


Alguns moradores daquelas pequenas aldeias eram judeus que, de uma
forma ou outra, já tinham participado do culto e da religião judaica.
Mas alguma tragédia aconteceu com eles que os relegou ao esquecimento
por parte das autoridades religiosas de Jerusalém. Praticamente ninguém
passava pelo caminho que levava àquela aldeia de leprosos, pois, se entrassem ali, os judeus seriam considerados contaminados e impuros também. Mas Jesus modificou Seu trajeto e foi propositalmente ao encontro daqueles que estavam abandonados e deixados à sua própria sorte, longe
dos familiares, não podendo abraçar o cônjuge ou os filhos, nem conversar com qualquer um deles. Ter lepra era como estar morto em vida.

“E, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe” (Lc 17:12). Perceba que os leprosos, ao pararem longe de Jesus, cumpriam os requisitos da lei. Ela ordenava
que eles mantivessem uma distância mínima de quinze metros de uma pessoa (Lv 13:13). A recomendação de isolamento dos leprosos (há mais de 3.000 anos) reflete a sabedoria de Deus, mesmo antes de haver uma
ciência médica avançada com conhecimento de microbiologia.


A lei judaica os considerava imundos (Lv 13:45). Eles eram separados da
sociedade e viviam fora da cidade (Lv 13:46). A lepra era uma doença incurável. Os leprosos estavam doentes e necessitavam de assistência. Certamente tinham família e amigos, mas agora ninguém podia ajudá-los.
Andavam em grupo para tentar diminuir a dor e apoiar uns aos outros.
Somente um leproso compreendia e cuidava de outro leproso. Além de
leprosos, conviviam com a discriminação, com o sentimento da impureza física e espiritual, de serem pecadores atingidos pela maldição divina.
Esse era um fardo pesado que eles carregavam com muita dor.


Jesus encontrou essa realidade. Ao verem Jesus, os leprosos sentiram a
vibração de um raio de esperança. Reconheceram a autoridade de Jesus
e buscaram Sua misericórdia: “Jesus, Mestre, tenha compaixão de nós”
(Lc 17:13). O grito deles externava o desespero e a dor física, mental,
social e espiritual que experimentavam. E, aos gritos, eles imploravam
para que o Mestre tivesse compaixão da condição deles. Ao vê-los em
tão humilhante situação, o Mestre Se compadeceu: “Vão e apresentem-
-se aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, foram purificados” (Lc
17:14). A lei previa que, ao ser curado, um leproso deveria se apresentar ao sacerdote (Lv 14:2).

Ao receber a ordem de Jesus, nada aconteceu, mas eles agiram pela fé,
confiaram na palavra de Cristo e partiram para o lugar onde estavam
os sacerdotes. Os dez leprosos partiram ainda doentes, crendo que, de
alguma forma, seriam libertos do cativeiro em que se encontravam. Eles
obedeceram e, no caminho, viram que estavam limpos.

Dois pontos se destacam aqui:

1) fé na palavra de Cristo;

2) obediência à Sua ordem.

Fé e obediência são essenciais para que se operem mudanças, para desenvolvimento da fé e para receber as bênçãos de Deus de modo pleno.


Enquanto caminhavam, o milagre aconteceu. Eles se apresentaram ao
sacerdote, foi feita toda a prescrição da lei e o cerimonial que o sacerdote deveria fazer. Constatação: todos estavam curados da lepra. Os
sacerdotes os declararam imundos e somente eles podiam declará-los
limpos (Lv 14:2-4).
Mesmo estando distante do lugar onde Cristo estava, um dos leprosos
resolver voltar para expressar adoração e gratidão pelo benefício que
havia recebido. “E prostrou-se com o rosto em terra aos pés de Jesus,
agradecendo-lhe” (v.16). Jesus, então, perguntou pelos outros: “Onde
estão os nove?” (Lc 17:17). Os outros nove souberam receber, mas não
souberam agradecer. Hoje não é muito diferente. Alguns só sabem receber. É importante saber agradecer. Jesus elogiou a atitude do samaritano
que voltou. Humildade e gratidão são marcas da salvação. Os outros
nove judeus foram ingratos. Esses leprosos foram ressuscitados por Jesus,
trazidos de volta à vida, à família e à sociedade. Mas rapidamente se esqueceram. Muitos, como eles, pedem as bênçãos de Deus e, quando as
recebem, não agradecem.
Dessa história, aprendemos lições importantes:

  1. O Senhor desvia o caminho para nos encontrar onde a tragédia nos
    atingiu. Ele foi até a região específica dos leprosos, Se aproximou e
    os curou. Portanto, não há tragédia grande demais ou doença contagiosa demais que afaste o Salvador de nós.
  2. A ação dupla de ouvir a Palavra de Deus e obedecer, sem mesmo ter
    a evidência concreta do que foi solicitado, resultou na cura. A fé viva
    é acompanhada da obediência.
  3. Devemos atender aos excluídos da sociedade, da família e talvez da
    igreja, sem preconceito. Aqui incluem-se viciados em drogas, prostitutas, criminosos, homossexuais, pessoas com AIDS, etc. Compaixão, empatia e acolhimento movem o cristão como moveram Cristo.



    Avalie se você é o tipo de pessoa que tem o hábito de agradecer pelo que
    tem, pelo que recebe, pelo que ainda não tem. Obediência, fé, confiança e serviço andam de mãos dadas com a gratidão. Que você faça boas
    escolhas no próximo ano, pelas quais você seja agradecido. Que você
    valorize e agradeça às pessoas que contribuem para seu bem-estar físico,
    mental e espiritual enquanto elas estão ao seu lado. Que Deus continue
    abençoando e guardando sua vida, todos os dias.

Querido Deus nos ajude a termos um coração mais agradecido por tantas bençãos que o Senhor nos concede a cada dia, e muito mais agradecido pelo seu sacrifício na cruz do Calvário para nos salvar.


Saiba Mais! Leia Mateus 15:29-39; White, 2007. O Desejado de Todas as
Nações, Capítulo 44: O verdadeiro sinal. White, 2007. A Ciência do Bom Viver,
Capítulo 5: Salvo para servir