Mães em Israel

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O valor de quem educa os filhos no caminho do Senhor
Wellington Barbosa

Imagem: Adobe Stock
A história dos israelitas durante o período dos juízes pode ser descrita a partir de uma perspectiva cíclica. O povo tinha liberdade, caía em apostasia, sofria nas mãos dos inimigos ao redor, clamava ao Senhor em atitude de arrependimento e entrega e era salvo por um juiz indicado por Deus. Após um tempo de estabilidade, ele se esquecia dos sofrimentos resultantes do pecado e novamente se desviava do caminho correto, reiniciando esse ciclo de desobediência e restauração. Alguns juízes se tornaram muito conhecidos, como Gideão, Jefté, Sansão e Samuel; outros passaram pelo relato bíblico de maneira discreta, como Otniel, Tola e Jair. Contudo, gostaria de destacar alguém cuja participação é singular: Débora.
A Bíblia não apresenta muitas informações sobre ela. Sabemos que era esposa de Lapidote, profetisa e juíza, que “atendia debaixo da palmeira de Débora, entre Ramá e Betel, na região montanhosa de Efraim” (Jz 4:5). O período em que exerceu seu ministério foi marcado pela opressão perpetrada por Jabim, rei de Canaã, e pelo comandante do exército canaanita, Sísera.
Sob a orientação do Senhor, Débora chamou Baraque e profetizou a vitória dos exércitos de Israel. Temeroso do desafio que caía sobre ele, o líder vacilante se dispôs a ir com uma condição: que Débora fosse junto. E conforme Deus havia falado, tudo se cumpriu. Sísera foi morto por Jael, mulher de Héber, o queneu (v. 21), os filhos de Israel prevaleceram em batalha e, finalmente, Jabim foi exterminado (v. 24).

NÃO NOS ESQUEÇAMOS DE EXPRESSAR NOSSO CARINHO PELAS “MÃES EM ISRAEL” QUE, COM SUAS AÇÕES, NOS AJUDAM A TER UMA VISÃO MAIS CONCRETA DO AMOR E CUIDADO DE DEUS POR NÓS


Em Juízes 5 encontra-se o cântico de vitória de Débora e Baraque, um salmo que descreve com vivacidade a jornada vitoriosa de Israel contra um de seus mais famosos inimigos. Nesse hino de louvor, chama atenção a maneira como a profetisa se refere a si mesma, no “ponto da virada” da experiência de seu povo: “Ficaram desertas as aldeias em Israel, ficaram desertas até que eu, Débora, me levantei; levantei-me por mãe em Israel” (v. 7).
Não sabemos quantos filhos Débora teve. No entanto, a associação que ela fez entre sua intervenção e a maternidade é significativa. É provável que a maioria das pessoas, ao ouvir a palavra “mãe”, tenha sua memória afetiva despertada por sentimentos de ternura, nutrição e proteção que estão intimamente ligados aos esforços da nobre mulher que nos carregou em seu ventre e cuidou de nós.
De maneira semelhante à Débora, as “mães em Israel” de nossos dias suprem necessidades, cuidam, curam, aconselham, lideram, ensinam e ministram em nome do Senhor, a fim de que seus filhos cresçam em sabedoria, estatura e graça perante Deus e as pessoas. Em uma sociedade na qual os papéis encontram-se em desconstrução, destaca-se a visão cristã dessas mulheres que, independentemente de suas lutas pessoais, dedicam-se incansavelmente ao preparo de crianças, juvenis, adolescentes e jovens que honrem a Jesus e façam a diferença no mundo.
Portanto, neste mês de maio, em uma data especial, não nos esqueçamos de expressar nosso carinho pelas “mães em Israel” que, com suas ações, nos ajudam a ter uma visão mais concreta do amor e cuidado de Deus por nós. 
WELLINGTON BARBOSA é editor da Revista Adventista