Tema 11- Quarta de Poder

A revelação das Tuas palavras esclarece, e dá entendimento aos
simples. Salmo 119:130
“Consagre-se a Deus pela manhã; faça disso a sua primeira
atividade. E ore: ‘Toma-me, ó Senhor, para ser Teu inteiramente.
Deponho todos os meus planos a Teus pés. Usa-me hoje para o
Teu serviço. Fica comigo, e que tudo o que eu fizer seja operado
por Ti.’ Essa é uma questão diária. Cada manhã consagre-se a
Deus para aquele dia. Entregue-Lhe todos os seus planos para
saber se devem ser levados avante ou não, de acordo com o
que Sua providência indicar. Assim, dia após dia, você poderá
entregar sua vida nas mãos de Deus, e ela será cada vez mais
moldada segundo a vida de Cristo” (Caminho a Cristo, p. 45).
“Nenhuma situação é difícil demais para o Senhor resolver, e nenhum problema é grande demais para Ele solucionar.”
Isso pode parecer muito fácil na teoria, mas viver de maneira prática esse conceito exige fé e confiança em Deus.
Depois de viajar 40 anos pelo deserto, o povo de Israel finalmente,
após a passagem do Rio Jordão, colocou seus pés na terra de Canaã. Porém, apesar de aquela ser a terra prometida, havia desafios enormes pela frente. Cidades precisavam ser conquistadas, e povos precisavam ser derrotados. E para começar o desafio, havia no
caminho uma imensa muralha.
Jericó era a primeira cidade que o povo de Israel teria que conquistar depois da travessia do Rio Jordão. Ela era cercada por uma
muralha tão larga que havia casas sobre ela. Raabe morava em
uma delas.
Segundo historiadores, Jericó tinha uma muralha dupla, e essas
muralhas tinham aproximadamente 10 metros de altura.
Sem dúvida, era um grande desafio, uma grande muralha praticamente intransponível. A maneira cuidadosa como Josué administrou esse processo nos ensina o que precisamos compreender a
respeito de Deus, de nossa fé, e as atitudes que devemos ter quando estamos diante das muralhas de nossa vida.
Não existem fórmulas mágicas para o desenvolvimento e o fortalecimento de nossa fé, e estas são as três atitudes que nos ajudarão a
desenvolver e fortalecer nossa fé em Deus durante nossas batalhas.
A primeira atitude que precisamos ter é:
I – ANTES DA BATALHA, CONSAGRAR-NOS AO SENHOR
Quando lemos Josué 5, compreendemos perfeitamente que Deus
esperava a consagração da nação antes de colocá-los no campo
de batalha.
Então, Deus orientou Josué a circuncidar todos os homens que estavam para entrar na terra prometida. Todos aqueles que haviam
sido circuncidados quando saíram do Egito morreram durante os
quarenta anos de peregrinação, porque se rebelaram contra Deus
e contra Moisés em Cades Barnéia, e aqueles que nasceram no
deserto ainda não tinham sido circuncidados.
“Foi essa a razão por que Josué os circuncidou: todo o povo
que tinha saído do Egito, os homens, todos os homens de
guerra, eram já mortos no deserto, pelo caminho, porque
todo o povo que saíra estava circuncidado, mas a nem um
deles que nascera no deserto, pelo caminho, depois de terem
saído do Egito, haviam circuncidado” (Js 5:4, 5)
Após esse momento de circuncisão, que simbolizava dedicação,
consagração, separação, distinção, Deus disse a Josué:
“Hoje, removi de vós o opróbrio do Egito; pelo que o nome
daquele lugar se chamou Gilgal até o dia de hoje” (v. 6).
Após esse momento, eles celebraram a Páscoa, e a Bíblia nos relata que somente no dia seguinte começaram a comer do fruto da terra, e o maná deixou de cair.
O que isso nos ensina é que, antes da bênção, antes de as muralhas de Jericó caírem, o povo precisou passar por um processo de consagração.
Nossa fé e nossa confiança em Deus se desenvolvem e se fortalecem a partir do momento em que diariamente nos consagramos ao Senhor.
Consagração não é um programa da igreja, mas, um estilo de vida
que adotamos.
Consagração significa entregar a vida totalmente a Jesus, não apenas a um corpo de doutrina ou a uma corporação religiosa. É uma escolha que você faz de viver para Jesus e permitir que Ele faça
Seu trabalho em você.
Essa atitude diária torna nossa fé forte e capaz de confiar em Deus,
em Suas promessas e em Suas providências.
“Como ocorre na natureza, assim é na graça; não pode haver
vida sem crescimento. A planta precisa crescer ou morrer.
Como seu crescimento é silencioso e imperceptível, mas
constante, assim é o desenvolvimento da vida cristã. Nossa vida pode ser perfeita em cada fase de desenvolvimento;
contudo haverá progresso contínuo, se o propósito de Deus
se cumprir em nós. A Santificação é obra de toda uma vida”
(Parábolas de Jesus, p. 27)
É dessa maneira que desenvolvemos uma fé firme e robusta.
Foi por isso que Ellen White nos escreveu:
“Consagre-se a Deus pela manhã; faça disso a sua primeira atividade. E ore: ‘Toma-me, ó Senhor, para ser Teu inteiramente.
Deponho todos os meus planos a Teus pés. Usa-me hoje para o
Teu serviço. Fica comigo, e que tudo o que eu fizer seja operado
por Ti.’ Essa é uma questão diária. Cada manhã consagre-se a
Deus para aquele dia. Entregue-Lhe todos os seus planos para
saber se devem ser levados avante ou não, de acordo com o
que Sua providência indicar. Assim, dia após dia, você poderá
entregar sua vida nas mãos de Deus, e ela será cada vez mais
moldada segundo a vida de Cristo” (Caminho a Cristo, p. 45).
Phillips Brooks escreveu:
“Não orem pedindo uma vida fácil. Antes, orem para ser homens e mulheres melhores. Não orem pedindo tarefas à altura
de suas forças. Antes, orem por forças à altura de suas tarefas”.
A segunda atitude que precisamos ter é:
II – ANTES DA BATALHA, OUVIR O QUE O SENHOR TEM
A NOS DIZER
JOSUÉ 6:2
“Então disse o Senhor a Josué: Olha, entreguei na tua mão
Jericó, o seu rei e os seus valentes.”
Quando lemos esse verso, parece que tudo foi muito fácil para
Josué e, ao mesmo tempo, a impressão que temos é de que ao
obedecermos ao Senhor, todas as muralhas vão cair e nossa caminhada será tranquila.
Essa é uma das estratégias que Satanás tem para fazer com que
muitos cristãos se afastem da vontade de Deus.
Ele mente para os cristãos dizendo que, quando nos entregarmos
a Jesus, não teremos mais dificuldades, a vida será linda e maravilhosa, não teremos mais crises, etc.
Ele quer que você acredite nessa mentira para que, quando as muralhas aparecerem em sua vida, você desanime e lance Deus no banco dos réus.
Porém, isso acontece apenas para aqueles que não desenvolveram
sua fé diariamente, através de sua vida de comunhão e oração.
Veja o que aconteceu com Josué:
JOSUÉ 5:13-15
“Estando Josué ao pé de Jericó, levantou os olhos e olhou;
eis que se achava em pé diante dele um homem que trazia
na mão uma espada. Josué se aproximou dele e perguntou:
Você é dos nossos ou dos nossos adversários? Ele respondeu: Não sou nem uma coisa nem outra. Sou príncipe do
exército do Senhor e acabo de chegar. Então Josué se prostrou com o rosto em terra e o adorou. E lhe disse: Que diz
meu Senhor ao seu servo? O príncipe do exército do Senhor
respondeu a Josué: Tire as sandálias dos pés, porque o lugar
em que você está é santo. E Josué fez assim.”
Depois dessa revelação pessoal de Deus que Josué teve, Deus poderia ter dito o que fosse, que Josué não temeria nada.
“A alma que comunga com Deus por meio das Escrituras,
que ora pedindo iluminação e abre a porta do coração ao
Salvador, não terá más cogitações, desígnios mundanos ou
desejos ambiciosos de honra ou distinção em qualquer setor.
Aquele que procura a verdade como a tesouro escondido, encontrá-la-á no meio da comunicação de Deus com o homem,
Sua Palavra” (Medicina e Salvação, p. 124).
SALMO 119:130
“A revelação das Tuas palavras esclarece, e dá entendimento
aos simples.”
Isso não se refere aos que são fracos no intelecto, mas a todos os
que desejam ter uma fé firme e robusta.
A terceira atitude que precisamos ter é:
III – DURANTE A BATALHA, SEGUIR AS ESTRATÉGIAS
DO SENHOR
O plano de Deus para a conquista de Jericó parecia um plano maluco.
JOSUÉ 6:3-5
“Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez; assim fareis por seis dias. Sete sacerdotes
levarão sete trombetas de chifre de carneiro adiante da arca;
no sétimo dia, rodeareis a cidade sete vezes, e os sacerdotes tocarão as trombetas. E será que, tocando-se longamente a trombeta de chifre de carneiro, ouvindo vós o sonido dela,
todo o povo gritará com grande grita; o muro da cidade cairá
abaixo, e o povo subirá nele, cada qual em frente de si.”
Você já ouviu a expressão “ganhou no grito”? Essa foi literalmente
a vitória no grito. Mas você sabe que não foi o grito que derrubou
as muralhas de Jericó.
O que Deus queria ensinar ao Seu povo através de Suas estratégias?
1- Uma lição de paciência e obediência.
Ao Deus pedir que, durante seis dias, o povo rodeasse uma vez por
dia a cidade e, no sétimo dia, sete vezes, Ele queria que o povo
aprendesse uma lição de paciência e obediência. Eles precisavam
aprender a esperar o tempo do Senhor. Isso porque a impaciência
era um dos pecados contumazes de Israel, e Deus estava lhes ensinando a ser pacientes e obedientes. “Deus nunca se apressa. Ele
sabe o que e o tempo certo de fazê-lo.”
2- Uma lição de dependência Dele.
Ao Deus pedir que a Arca do concerto fosse levada à frente do exército, Deus queria ensinar ao povo uma lição de dependência Dele.
Queria lhes mostrar que se Ele não estivesse à frente das batalhas,
por melhores que fossem as estratégias, eles não conseguiriam
sobrepor seus inimigos.
3- Uma lição de domínio próprio.
Ao Deus pedir que o povo marchasse em silêncio, Ele queria ensinar ao povo uma lição de domínio próprio.
4- Uma lição de fé.
Ao Deus pedir que levassem apenas as sete trombetas de chifre de
carneiro, Ele queria ensinar ao povo uma lição de fé. Queria mostrar
a Israel que eles poderiam marchar, que os sacerdotes poderiam
tocar as trombetas até todos caírem de exaustão, mas, se o Senhor
não estivesse com eles, não haveria vitória.
Essas também são lições que o Senhor quer nos ensinar a cada
dia. A cada dia, temos uma batalha a ser travada e uma muralha a
ser derrubada. E para termos uma fé firme e robusta, precisamos:
• consagrar-nos ao Senhor;
• ouvir o que o Senhor tem a nos dizer;
• seguir as estratégias do nosso grande comandante.
CONCLUSÃO
Enquanto estivermos atravessando este deserto, enfrentaremos
muitos desafios e precisaremos derrubar muitas muralhas. Essas
muralhas só podem cair pelo poder de Deus e através do exercício
de nossa fé e confiança em Deus.
“Este mundo não é o Céu do cristão. É meramente o lugar de
preparo. É o cenário de nossas batalhas, conflitos e tristezas” (Testemunhos para a Igreja, vol. 2, p. 430).
“Deus guia Seu povo passo a passo avante. A vida cristã é
uma contínua batalha, marcha contínua. Não há descanso
dessa luta. É por meio de constante, incessante esforço, que
mantemos a vitória sobre as tentações de Satanás. Estamos, como um povo, triunfando na clareza e força da verdade” (Testemunhos para a Igreja, vol. 3, p. 253).