Vivendo os Frutos do Amor de Deus -Tema 1
Textos bíblicos:
Apocalipse 12:7-11; Romanos 7:14-20;
Colossenses 3:12-14; Gálatas 5:16-26.
Em Sua infinita bondade, Deus nos concedeu inúmeros presentes
para sermos felizes e saudáveis. O principal deles na vida espiritual
é o fruto do Espírito Santo, e, na vida física, podemos citar os frutos
deliciosos das árvores frutíferas. Por isso, ao falarmos sobre o fruto
do Espírito, decidimos associá-los a algumas frutas criadas por Deus
para nosso deleite e preservação da vida. As frutas são alimentos essenciais para a saúde: são fontes de vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes. Dentre os inúmeros benefícios, elas nos dão energia, retardam o envelhecimento precoce, auxiliam na saciedade e
no equilíbrio do intestino, o que é fundamental para manter nossa imunidade alta. Comer frutas diariamente ajuda o organismo a funcionar
de forma correta e equilibrada. Assim
acontece com o fruto do Espírito Santo; ele manterá nossa vida espiritual
forte, equilibrada e com imunidade
alta contra o inimigo e suas ações.
Ao longo desta semana, falaremos sobre o fruto do Espírito Santo.
Quando temos esse fruto em nossa vida, é impossível não transbordarmos de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade,
fidelidade, mansidão e domínio próprio. Isso só é plausível mediante
uma vida diária de oração e intimidade com Deus. Como resultado,
nossas atitudes e relacionamentos – especialmente em nossa família
– refletirão os efeitos dessa comunhão.
Nesta Semana da Família, abriremos cada tema apresentando um
tipo de fruta e, na sequência, apresentaremos uma das facetas do
fruto do Espírito Santo:
• Morango – amor
• Banana – alegria
• Coco – paz
• Abacate – paciência
• Laranja – bondade e amabilidade
• Uva – fidelidade
• Manga – mansidão e domínio próprio
Desenvolvimento do tema
Uma das grandes alegrias da vida é saber que Deus nos ama com um
amor inigualável e tem planos maravilhosos de vivermos juntos eternamente, em gozo e paz em Seu reino. Ele nos ama tanto que escolheu assumir o risco de ser rejeitado ao nos criar com livre arbítrio. Ele
nos fez com a capacidade de tomarmos decisões por conta própria,
de escolhermos como agir e nos comportar. Porém, devemos arcar
com as consequências dessas decisões.
Ao nos criar, Deus queria que nossas escolhas e decisões nos levassem a uma vida eterna, em uma atmosfera de saúde perfeita, num
ambiente de amor pleno e harmonioso, desfrutando de Sua presença e das demais pessoas que formariam a família humana.
Por que hoje não conseguimos ter um lar feliz e um ambiente de
amor? Estamos todos fadados a viver em constante desarmonia,
num clima de conflitos constantes, e sem direito a alegria e paz?
Para respondermos a essas perguntas, primeiro precisamos
compreender que apesar do sonho de Deus para as famílias
continuar o mesmo (amor, paz, harmonia, felicidade e intimidade com Deus), o mundo foi corrompido a partir da entrada do pecado, quando Satanás ludibriou Adão e Eva no Éden.
Até aquele momento, nossa natureza era puramente espiritual, sem propensões para o pecado. Agora nossa vida é vivida no contexto do Grande Conflito, que foi iniciado no Céu com a
rebelião de Lúcifer contra Miguel (Ap 12:7-11).
A partir da queda do homem, temos que lidar com duas naturezas: a carnal e a espiritual. Elas lutam entre si para obter o domínio de nossa vida, decisões, ações e reações.
Em Romanos 7:14-20, lemos:
“ 14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual. Eu, porém, sou carnal, vendido à escravidão do pecado.
15 Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir,
ois não faço o que prefiro, e sim o que detesto.
16 Ora, se faço o que não quero, concordo com a lei, que é boa.
17Neste caso, quem faz isso já não sou eu, mas o pecado que habita
em mim.
18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita
bem nenhum, pois o querer o bem está em mim, mas não o realizá-lo.
19 Porque não faço o bem que eu quero, mas o mal que não quero,
esse faço.
20 Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim
o pecado que habita em mim.”
Que desafio gigantesco, pois já nascemos com a natureza movida pela “carne”. Porém, o Senhor não desiste de nós e proporciona meios e ferramentas espirituais para alcançarmos vitória. A pergunta
é: Como podemos produzir frutos segundo o Espírito, se nossa natureza é carnal? O apóstolo Paulo afirma, “Pois, a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne.
Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês
não fazem o que desejam” (Gálatas 5:17).
O próprio Paulo tem a resposta
direta e objetiva: viver pelo Espírito, “Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os
desejos da carne. Mas, se vocês são guiados
pelo Espírito, não estão debaixo da lei” (Gl 5:16, 18).
Em Colossenses, Paulo nos orienta e nos ensina
sobre o que é viver pelo Espírito: “Portanto, como povo escolhido de
Deus, santo e amado, revistam-se de profunda compaixão, bondade,
humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito” (Cl 3:12-14, grifo acrescentado).
Como podemos perceber, nesse texto, o amor é a base do êxito da
vida cristã. É a sustentação da própria vida em Deus. É a coluna que
faz tudo ficar equilibrado. É o ingrediente que deveria nos unir a
Deus e às outras pessoas. É a mola que nos impulsiona em direção às
virtudes espirituais. É o vínculo da perfeição (Cl 3:14). Porém, somente Deus tem esse amor perfeito e verdadeiro. Ele nos amou tanto a ponto de dar Seu único filho a fim de nos resgatar e salvar.
Esse é o amor Ágape, um amor incondicional e voluntário, que não
discrimina e não impõe nenhuma pré-condição. É um amor que, independentemente do que a outra pessoa faça, de bom ou de ruim,
não aumentará nem diminuirá. Aqui a fonte do amor é o coração
de quem ama incondicionalmente, Deus. Ele nos ama, embora não
sejamos merecedores.
O amor de Deus por nós é um amor imutável e sacrificial. Quando
olhamos para Ele, somos impulsionados a amá-Lo. De nosso coração
brotará a mesma afirmação que o apóstolo Paulo expressou: “Pois o
amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um
morreu por todos; assim, todos morreram” (2CO 5:14) e somos estimulados também a amar os nossos semelhantes.
Portanto, só conseguiremos amar nossos semelhantes, amigos e até
inimigos, quando mantivermos uma vida de intimidade com Deus.
Por meio do estudo diário de Sua Palavra e uma vida de oração, receberemos o fruto do Espírito Santo. Em sua integralidade, esse fruto
único se apresenta em múltiplas facetas: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio (Gl 5:22).
A Bíblia nos revela que o fruto do Espírito Santo está à nossa disposição e que, de forma simples, podemos alcançá-lo e vivê-lo. Ele é oferecido gratuitamente a quem queira receber. Ao aceitarmos
o sacrifício de Cristo na cruz, entendemos que a vida com Ele é
como uma árvore que cresce, amadurece e dá frutos. À medida que crescemos em
Jesus, o Espírito Santo transforma nossa vida, tornando-nos mais
maduros e frutíferos em todos os âmbitos da vida. O fruto do
Espírito não é obra do esforço humano; é o resultado da obra miraculosa
de Deus em nossa vida, quando nos submetemos
em obediência à Sua Vontade. 8
Ellen White nos traz a seguinte orientação: “Deus toma os homens
tais quais são, e educa-os para Seu serviço, uma vez que se entreguem a
Ele. O Espírito de Deus, recebido na mente, vivificar-lhes-á todas as faculdades. Sob a direção do Espírito Santo, o intelecto que se consagra sem
reservas a Deus desenvolve-se harmonicamente, e é fortalecido para
compreender e cumprir o que Deus requer. O caráter fraco e vacilante
muda-se em outro forte e firme. A devoção contínua estabelece uma relação tão íntima entre Jesus e Seu discípulo, que o cristão se torna como
Ele em espírito e caráter. Mediante ligação com Cristo terá visão mais
clara e ampla. O discernimento se tornará mais penetrante, mais equilibrado o juízo. Aquele que anela ser de utilidade a Cristo é tão vivificado
pelo vitalizante poder do Sol da Justiça, que é habilitado a produzir muito fruto para glória de Deus” (O Desejado de todas as Nações, p. 168).
Por outro lado, aqueles que não buscam a presença de Deus e se
afastam de Sua influência e comunhão apresentarão em sua vida
outros tipos de frutos: “Ora, as obras da carne são manifestas, as quais
são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria,
as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as
dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias,
e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno,
como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam
não herdarão o reino de Deus” (Gl 5:19-21). A única forma
de não produzirmos essas obras da carne é estarmos ligados à fonte que produzirá o fruto do Espírito em
nós:
“Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a
paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio próprio;
contra estas coisas não há lei” (Gl 5:22-23).
Precisamos vigiar e orar, porque a carne é fraca.
Com certeza, o poder e a graça do Senhor que
nos alcança nos darão força para continuar a
caminhada e vencer as tentações.
Precisamos enxergar o fruto do Espírito como os atributos do caráter
de Cristo produzidos em nós, pela ação do Espírito Santo. Em Jesus,
Deus nos forneceu o exemplo perfeito no qual podemos encontrar
essas múltiplas facetas do fruto:
• Amor: Ele enfrentou as duras provas do Getsêmani e o Calvário em meu lugar.
• Alegria: Ninguém jamais teve maior deleite e alegria em fazer
a vontade do Pai.
• Paz: Veja Sua serenidade ao enfrentar um julgamento injusto.
• Longanimidade: Ele pediu ao Pai que perdoasse Seus
algozes cruéis.
• Benignidade: Perceba o tratamento que Ele deu à mulher
adúltera diante de seus acusadores.
• Bondade: Perceba Seu olhar e atitudes ao trazer alívio
aos sofredores.
• Fidelidade: Ele prometeu que, se o homem pecasse, daria
Sua vida em seu lugar. Ele sofreu duras provas, mas cumpriu
Sua promessa.
• Mansidão: Como ovelha muda, enfrentou Seus acusadores e
a turba ensandecida.
• Domínio próprio: Sua maior tentação era não utilizar Seus poderes divinos em Seu próprio favor. Ele foi vencedor!
Começamos este sermão fazendo duas perguntas: Por que hoje não
conseguimos ter um lar feliz e um ambiente de amor? Estamos todos fadados a viver em constante desarmonia, num clima de conflito constante, e sem direito à alegria e paz? A primeira pergunta já
respondemos hoje. Quanto à segunda, a resposta é não. Não estamos fadados a viver infelizes enquanto a guerra entre o bem e o mal acontece, especialmente em nossa mente. Por isso, ao longo desta
semana, aprenderemos com dicas práticas como viver e produzir o
fruto do Espírito Santo em nossa vida, porque essa é a resposta para
termos um lar feliz, harmonioso e pacífico onde o amor transborde.
Lembremos que a vida com Jesus é como uma árvore que cresce,
amadurece e dá fruto. À medida que crescemos com Jesus, o Espírito
Santo transforma nossa vida, tornando-nos pessoas mais maduras,
frutíferas e mais produtivas.
Sua vida será mais coerente, e suas atitudes serão
de amor, alegria, paz, paciência, bondade, amabilidade, fidelidade,
domínio próprio, mansidão, e você dará testemunho sobre o Deus a
quem serve sem a necessidade de dizer uma só palavra.
Por isso, hoje é o dia de tomar a decisão de buscar a Cristo como
Salvador e Senhor de sua vida. Busque-O em todas as circunstâncias
que a vida lhe apresentar. Ore suplicando pelo batismo do Espírito
Santo, para que Seu fruto seja realidade presente em sua casa, e promova um ambiente mais saudável e feliz. Assim, você poderá enfrentar com mais equilíbrio e esperança os embates que a vida trouxer,
até que Ele venha.
Oração
Querido Jesus, somos agradecidos por nunca desistir de nós, mesmo
quando voluntariamente decidimos nos afastar do Senhor. Seu amor
nos constrange a voltar para Seus braços. Muito obrigado por operar
milagres tão maravilhosos em nossa vida a ponto de mudar os frutos
que a carne produz em nós para o fruto do Espírito, que refletirão as
lindas facetas do Seu amor e caráter. Em nome de Jesus, amém.