Você alguma vez já sentiu que perdeu a capacidade de interagir?
Sentiu-se completamente inadequado, com medo de que
algo dito fosse ridicularizado?
Ou então, ficou receoso com o que as pessoas poderiam pensar, e teve medo de acabar sendo
excluído? Talvez você sinta que na internet você até consegue
interagir de alguma forma, mas ao vivo as coisas são completamente diferentes e mais difíceis.
Você pode ter passado por alguma situação que te fez ter certeza de que pensamentos negativos a respeito de você mesmo são verdadeiros. Se você já se sentiu assim, então é com você
que eu quero falar!
A sensação de rejeição e inadequação são extremamente
desconfortáveis, afinal, é horrível sentir-se não pertencente a
algum lugar. Inclusive, as pessoas podem ser extremamente
maldosas. Muitas vezes há uma violência psicológica acontecendo.
Mas, você sabe o que significa isso? É uma atitude capaz de machucar
sem ser necessário encostar. Pode ser por meio de uma fala, gesto, olhar,
ou até mesmo por meio de um silêncio punitivo.
O convívio familiar e escolar deveriam ser os ambientes nos
quais você se sente seguro para ser você mesmo, mas sei que infelizmente a realidade, muitas
vezes, não é essa. Esses lugares acabam se tornando tóxicos e cheios de medo. Por isso, a internet acaba se tornando para
vários um refúgio, uma forma de encontrar pessoas que se identifiquem sem passar pelo medo do
olhar “julgador” do outro. A internet de fato acaba auxiliando em
várias questões como: a facilidade de ter amigos independentemente da localização, criar uma
personalidade diferente da vida real, poder ser reconhecido por
meio de um avatar e iniciar o diálogo seguro de que existe algo
em comum com a pessoa que está conversando. Neste mundo,
é possível criar uma nova realidade e afastar sensações negativas com apenas um clique, e nisso se criam duas vidas distintas: a real e a virtual.
Quando desligamos o celular, o real inicia e volta tudo.
A inadequação demonstra seus
sintomas por meio de:
🙁 isolamento social;
🙁 baixa autoestima;
🙁 sensação de não ter amigos;
🙁 se sentir diferente dos demais;
🙁 não ter interesses em comum;
🙁 autopunição;
🙁 automutilação;
🙁 e por aí vai…
E então vem a vontade desesperada para voltar ao virtual, e
com ela, a confirmação de que não você não consegue mais lidar com o real.
O fato é que, infelizmente, a gente não tem o poder de mudar
o outro. Eu não consigo mudar você, você não consegue mudar
seu pai/mãe, muito menos seu colega. Ninguém muda se não
quiser mudar. Isso significa que, se tem alguém que você conhece tira sarro, exclui, faz grupinho
deixando alguns de fora, essa pessoa, para mudar de atitude, precisa querer. Mas, você tem um grande trunfo nas mãos que é o seu próprio comportamento, e quando você muda, todos mudam, pois precisam se adaptar à sua mudança.
Então, dessa vez eu te convido a sair do lugar de espectador
e tomar as rédeas da situação!
Se você tem se sentido sozinho,
não pertencente, excluído, ou
sentido que na vida real as pessoas não conseguem te entender, e que as únicas capazes de
te aceitarem “moram” na internet, eu tenho algumas dicas que
vão te ajudar a retomar sua convivência também no real. Afinal,
grande parte da sua vida acontece desse lado e não precisa ser
ruim.
“A gente não tem o poder de mudar o outro”
COMO SE SOCIALIZAR?
DICAS PRÁTICAS
Primeiro de tudo: postura corporal. Quando alguém falar algo
contigo, olhe nos olhos da pessoa, vire seu tronco na direção
dela. Cabeça baixa e cabelo sob os olhos podem dar a impressão
de que você não está disponível para uma conversa, e isso pode
diminuir o acesso das pessoas a você.
😊 Procure um interesse em comum: pode ser um jogo, gênero de filme, estilo musical,
esporte, a cultura de algum lugar, roupas ou até mesmo
sentimentos.
😊 O ser humano gosta muito de ser ouvido. Portanto, se você
estiver disponível para isso já sairá na frente de muitos que
só querem falar sobre si.
Com essas dicas você conseguirá dar abertura para que alguém converse contigo e também
ter ferramentas para iniciar um diálogo. Porém, quando o assunto
acaba, o silêncio pode se tornar muito constrangedor e algumas
pessoas não sabem o que fazer.
Você tem três
opções que pode
recorrer caso isso
aconteça:
😊 Retomar o assunto falado;
😊 Finalizar esse assunto e
iniciar outro que pode estar
relacionado;
😊 Finalizar a conversa.
Sei que esse assunto pode te parecer muito desafiador e novo.
Talvez você me pergunte: “mas, e se eu fizer tudo isso e não resolver, continuar sendo excluindo, me sentindo mal e acabar me machucando ainda mais?” Eu te
respondo: E se no final der certo?
Vou dar um exemplo que você vai entender o que quero dizer:
não é possível ensinar alguém a nadar se não estiver numa piscina, certo? Por melhor que seja o
tutorial, ele só será efetivo se a pessoa puder praticar na água.
Da mesma forma funciona com a sua socialização:
você precisa praticar até que se sinta bem e seguro. E
no começo, pode ser difícil, mas algumas coisas na vida
merecem o risco. E mais: a gente só se torna bom naquilo que pratica. Caso você
não seja bom na interação real ainda, saiba que você
precisa praticar até que se torne.
Gosto de uma frase que pode ser adaptada a esse contexto, que
diz assim: “não tenha pressa, demorar é diferente de se perder.”
“socialização:
você precisa praticar até que se sinta bem e seguro.
E no começo, pode ser difícil, mas algumas
coisas na vida merecem o risco.”
Como se aprende a nadar de verdade?
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