AMOR QUE PROMOVE O PODER

Semana Santa – 8° Dia | Sábado



Ilustração
Certo dia, um canal de televisão apresentou em um programa de variedades um
show de truques em que o artista utilizava fogo e vidro. Esse programa era exibido
em um horário nobre de alta audiência. O artista exibia suas habilidades com muita
maestria, que parecia coisa simples e fácil de ser executada, mas, antes do início da
apresentação, o canal de TV deu a seguinte recomendação: “Senhores telespectadores,
não tentem fazer esses truques em casa. Vocês poderão se ferir. Este artista é um profissional”.

Se pensarmos um pouco, perceberemos que há muita semelhança desse aviso com
o comportamento do cristão. Às vezes, não entendemos como certos personagens bíblicos executaram algumas tarefas. Pensamos que podemos fazer o mesmo, mas nesse
momento é bom lembrar daquele aviso do programa. Não tente reproduzir esses episódios de fé. Eles podem não dar certo, e você se ferirá. Não use os métodos de Deus
sem Deus. Você precisa, primeiramente, ser um profissional da fé.
Davi derrotou o gigante Golias apenas com uma pequenina funda. Não tente fazer
isso sem Deus; não dará certo. Moisés abriu o Mar Vermelho utilizando apenas um cajado. Não tente fazer isso sem Deus; não dará certo. Os lenços de Paulo eram utilizados
para curar doentes, expulsar demônios. Nossos lenços podem não ter o mesmo poder.
Daniel foi lançado em uma cova de leões. Quando você for a um zoológico, não tente
pular e entrar no espaço dos leões famintos para mostrar sua fé; não vai dar certo.
Gideão derrotou um exército enorme com apenas 300 homens empunhando nada
mais do que trombetas e tochas. (Parece ridículo, não?) Os três jovens hebreus desafiaram o rei da Babilônia a tal ponto que, em sua ira, ele os lançou em uma fornalha
ardente, e o fogo não os queimou. Mas, a despeito do que podemos pensar, ter poder
não é coisa complicada.



Obviamente, todos sabemos que não existe cristianismo sem Cristo. Ter Cristo na vida é ser como Cristo. Se queremos ter poder, temos que ter Jesus Cristo. Há um interessante pensamento que reflete muito bem o que é ter Jesus Cristo no coração: “Ser
cristão é ter o coração tocado pelos mesmos sentimentos que tocavam o coração de
Cristo”.
Se fizermos um estudo sobre a vida de Jesus, a conclusão mais interessante a que
chegaremos é que Jesus era um homem de poder, mas também descobriremos que
tudo o que Jesus fez quando esteve nesta Terra, os homens comuns também fizeram.
Não havia segredo no método de agir de Jesus.
Essa afirmação parece ousada e distante da realidade. Afinal, Jesus era Deus, e Sua
maneira de agir era coerente com Sua vida e origem. Sim, isso é verdade, mas a realidade é que Ele tinha uma fórmula eficaz que fazia toda a diferença e que Ele quer que

nós descubramos e usemos também. Alguns podem questionar: mas e os milagres que
Jesus operava? Será que eles não O diferenciavam do ser humano? Vamos ver.
O livro de Lucas relata que Jesus andou sobre as águas. Mas está registrado no
mesmo episódio que Pedro também andou sobre as águas. Também podemos ler nos
Evangelhos que por duas vezes Jesus multiplicou pães. É verdade, mas é interessante
notar que o profeta Eliseu também alimentou 100 homens com apenas 20 pães (2
Reis 4:42-44). Jesus lia pensamentos. E Pedro? Ele também não leu os pensamentos de
Ananias e Safira (Atos 5)? Jesus operou milagres de cura. Porém, Pedro e João, quando
entraram pela porta Formosa do templo, também curaram um coxo (Atos 3)! Jesus
ressuscitou pessoas. Pedro não ressuscitou Dorcas? E Paulo não ressuscitou Êutico em
Trôade (Atos 20:7-12)? E Eliseu não ressuscitou o filho da sunamita (2 Reis 4:34, 35)?
A verdade é que tudo o que Jesus fez nesta Terra, os homens também fizeram. Sim.
Para completar essa certeza e promessa de poder, no Evangelho de João, capítulo 14 e
verso 12, Jesus afirma: “Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim
fará também as obras que eu faço e outras maiores fará, porque eu vou para junto do
Pai”.
Esse parece ser um verso forte e desafiador. Jesus está afirmando que podemos
fazer as obras que Ele fez e ainda outras maiores, desde que creiamos Nele. Jesus também afirma que todo aquele que crê Nele fará as obras que Ele fez. Neste ponto, uma
pergunta se levanta: Como crer Nele e ter poder? Vamos analisar juntos dois caminhos
pelos quais podemos obter poder.


I. Não confunda o poder de Deus com o que o mundo chama de poder
Vivemos dias difíceis. Parece que não se vê mais fiéis de poder. Na segunda carta
de Paulo a Timóteo, há uma clara descrição do comportamento dos homens em nosso
tempo. “Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos terríveis. Os homens serão
egoístas, avarentos, presunçosos, arrogantes, blasfemos, desobedientes aos pais, ingratos, ímpios, sem amor pela família, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio próprio, cruéis, inimigos do bem, traidores, precipitados, soberbos, mais amantes dos prazeres do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando o seu poder…”
A marca de nosso tempo é a banalização do que é sério. Ellen White diz: “Os homens se empurram uns aos outros, lutam pelas posições mais altas” (O Desejado de
Todas as Nações, p. 636). Vivemos em uma época em que as palavras perderam seu
significado, perderam poder. Os pais falam, e não são ouvidos; os professores falam,
e não são ouvidos. Os pastores falam, e nada acontece. Como alterar esse cenário se
nossas palavras não tiverem poder?
Não há coisa melhor para quem usa a palavra do que falar e ser ouvido. Por isso, a
palavra tem que vir carregada de poder. Porém, nem sempre essa é a realidade. Mesmo
que nosso discurso seja cristocêntrico e tenha uma abordagem evangelística, parece
que as palavras estão perdendo a força. Sabemos que temos que levar a mensagem ao
mundo, mas como poderemos viver e pregar sem poder?
Sobre o chamado e o poder, podemos encontrar um episódio intrigante em Mateus
10:1. Vamos ler. “E chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal.” Jesus chamou os discípulos e lhes deu poder. Poder para expulsar os espíritos imundos,
curar toda a enfermidade e livrar as pessoas de todo o mal.
É importante perceber que Jesus chamou os discípulos para o trabalho e os
capacitou dando-lhes poder para executar a tarefa com eficácia. No tempo de Cristo,

a possessão demoníaca era muito comum. Sobre isso, gostaria de lhes fazer uma pergunta: Será que hoje os demônios abandonaram os homens? Não, eles apenas arranjaram outras formas de possuí-los. Hoje esta situação ainda existe, mas não tão aparente
como naqueles dias. E nós, cristãos, temos que ter poder para limpar os homens, para
expulsar os espíritos imundos e suas manifestações neste século, curá-los de todo tipo
de doença e todo o tipo de mal. Porém, Jesus não parou por aí. No verso oito, Ele continua: “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios: de graça recebestes, de graça dai”.
Reparem que Jesus faz questão de afirmar que eles estavam recebendo de graça e
deveriam dar essas bênçãos de graça também. Porém, vocês fazem ideia de onde começa o problema? Os versos 9 e 10 do mesmo capítulo mostram. Vejamos: “Não levem
nem ouro, nem prata, nem cobre em seus cintos; Não levem nenhum saco de viagem,
nem túnica extra, nem sandálias, nem bordão”.
Não possuam o que o mundo chama de poder. Não valorizem a fama, o acúmulo de
coisas, a busca por riquezas, por status, pela boa aparência, diploma, relações políticas.
Não sejam divididos em seus propósitos e metas. Não se preocupem com isso, não tirem o foco do trabalho com materialismos e valores. Seus atos e suas palavras só terão
poder quando seu foco estiver voltado para o lugar certo.

II. Ore como Jesus
Em Mateus 17, a Bíblia relata o episódio da transfiguração de Jesus. Com Ele estavam Pedro, Tiago e João. Eles subiram a um alto monte, e Jesus foi transfigurado
em sua presença. Essa história é conhecida, mas o verso cinco merece ser lembrado:
“Enquanto ele ainda estava falando, uma nuvem resplandecente os envolveu, e dela
saiu uma voz, que dizia: ‘Este é o meu Filho amado de quem me agrado. Ouçam-no!’”
Reparem: “Ouçam-no!” Deus estava recomendando ao mundo que ouvissem Seu Filho. As testemunhas ali presentes, Pedro Tiago e João, receberam uma clara visão da
divindade de Jesus e uma ordem vinda diretamente de Deus: “Ouçam Meu Filho Jesus,
de quem me agrado”. Crer em Jesus é seguir a ordem que Deus dá de ouvi-Lo, praticar
Seus ensinos e revelar ao mundo a salvação que só existe Nele. Que aula foi essa em
que Pedro, Tiago e João participaram!
Após esse episódio magnífico, Jesus e os discípulos desceram do monte, e “Quando chegaram onde estava a multidão, um homem aproximou-se de Jesus, ajoelhou-se
diante dele e disse: ‘Senhor, tem misericórdia do meu filho. Ele tem ataques e está
sofrendo muito. Muitas vezes cai no fogo ou na água. Eu o trouxe aos teus discípulos,
mas eles não puderam curá-lo’. Respondeu Jesus: ‘Ó geração incrédula e perversa, até
quando estarei com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam-me o menino’”
(Mateus 17:14-17, NVI).
Reparem que esse acontecimento se deu tempos depois de os discípulos já haverem sido comissionados por Jesus para irem expulsar os espíritos maus, mas agora ali
estavam, tímidos, e sem saber o que fazer, e o que foi que Jesus disse quando soube
que os discípulos não puderam curá-lo? “Ó geração incrédula e perversa…” Geração
incrédula, geração que não crê! “Jesus repreendeu o demônio; este saiu do menino que,
daquele momento em diante, ficou curado” (v. 18).
No momento em que Jesus curou o menino lunático, os discípulos devem ter ficado curiosos e indignados com sua incompetência espiritual. Qual seria o problema?
Então “…os discípulos aproximaram-se de Jesus em particular e perguntaram: ‘Por que

não conseguimos expulsá-lo?’ Ele respondeu: ‘Porque a fé que vocês têm é pequena…
Mas esta espécie só sai pela oração e pelo jejum’” (v. 19-21).
As palavras de Deus naquele momento da transfiguração foram “Este é o meu Filho amado de quem me agrado. Ouçam-no”. Ouçam Meu Filho, conversem com Ele!!
Orem e jejuem, e vocês receberão poder.
A oração, a busca do conhecimento de Deus através da Bíblia e a entrega diária da
nossa vontade a Deus é nossa maior necessidade. Nada substitui o momento particular com Deus. Nosso sermão não substitui. Nosso trabalho não substitui, nem nossos
ideais, propósitos ou nosso evangelismo árduo. Nós somos nossa genuína prática espiritual, nosso companheirismo diário com Cristo. Não é nosso trabalho árduo que nos
trará poder. A Bíblia não diz “trabalhai sem cessar”, mas “orai sem cessar”.
Jesus disse: “Até quando eu estarei convosco? Até quando vos sofrerei?” Em outras
palavras, Jesus estava dizendo: Vocês não têm que se sentir seguros porque estou por
perto. Vocês não têm que Me ter por perto, mas têm que Me ter dentro de vocês. Então,
vocês terão poder.


Testemunho

Na juventude, Renato Ribeiro Ruela rebelou-se contra Deus e escolheu um estilo
de vida totalmente oposto ao incentivado pela Bíblia. Ele experimentou um vazio tão
grande que não cabe nas palavras. Sua vida, regada a muito álcool, muitas baladas,
sexo sem amor, sem respeito, e alimentada por um ceticismo escancarado e agudo, só
lhe trouxe um cansaço existencial tremendo. Rebelou-se audivelmente contra Deus,
revoltou-se, brigou, chorou, fez planos para se matar, mas a misericórdia de Deus não
tem limites e o alcançou. Sem conhecê-lo ainda, uma antiga amiga da família, Rosilene Evangelista, ouviu falar que Renato Ruela, filho do falecido Pedro Ruela, vinha
aprontando muito. Desde esse dia, ela começou a orar e a interceder por ele. E persistiu
orando por quase um ano. Quando eles se conheceram, ela fez o propósito de jejuar
por ele todos os sábados sem ele saber. Apenas jejuava e orava. Como resposta a esse
ato de poder, Deus tocou no coração de Renato, e ele não resistiu. Foi nocauteado pela
graça de Deus graças ao jejum e à oração de poder da querida irmã Rosi.
O jejum e a oração de alguém com poder expulsaram os maus espíritos de um
jovem que não nasceu para outra coisa senão para o reino de Deus.

Apelo

De onde vinha o poder na vida de Gideão, dos três jovens hebreus na Babilônia, de
Davi, Moisés, Daniel e Paulo?

A resposta é simples: o poder deles vinha de sua intensa vida de comunhão. Conhecemos suas histórias, suas lutas, suas vitórias e admiramos
o exemplo que eles nos deixaram, mas hoje podemos nos apegar a Deus e ser cristãos
poderosos como Deus deseja.

Abra seu coração a Deus e peça-Lhe que os transforme em cristãos fervorosos e de
poder.
Diga como Paulo: “Não sou eu quem vive, Cristo vive em mim”. Peça a Deus que o
ajude a buscar o poder que vem de Deus, e não o poder que vem do mundo.
É simples ter poder, basta ter Jesus. Muitos têm Jesus por perto. Não basta. É preciso estar com Ele na direção de sua vida, a cada passo.

Você aceita ter Jesus dirigindo sua vida?

O sucesso é simples, mas não é nosso. É Jesus Cristo em nós.
Todos os versículos bíblicos utilizados neste sermão, com exceção dos indicados, são da ARA