Um estudo recente sobre a saúde do coração, mostrou que pessoas que consomem grandes quantidades de carne estão bem mais vulneráveis a ter algum problema cardiovascular. Mas incluir alguns alimentos na rotina diminuem até 40% nos riscos de desenvolver problemas cardíacos.
Um estudo conduzido por pesquisadores na Califórnia e na França descobriu que a proteína de carne está associada com um maior risco de enfermidades cardiovasculares, enquanto a proteína de nozes, castanhas e sementes é benéfica para o coração humano.
O estudo, que foi publicado em um portal onlineem abril deste ano pelo International Journal of Epidemiology [Revista Internacional de Epidemiologia], descobriu que as pessoas que consumiam grandes quantidades de proteínas da carne experimentavam um aumento de 60% nas doenças cardiovasculares (DCV), enquanto pessoas que consumiam grandes quantidades de proteínas de nozes e sementes experimentavam uma redução de 40% nas DCV.
Para a saúde do coração: nozes, castanhas e sementes
Intitulada “Padrões de ingestão de proteína vegetal e animal estão fortemente associados com a mortalidade cardiovascular: estudo de coorte 2 sobre a saúde adventista”, o estudo foi um projeto conjunto entre pesquisadores da Escola de Saúde Pública da Universidade de Loma Linda na Califórnia e o Institut National de la Recherche Agronomique (Instituto Nacional de Pesquisas Agronômicas) em Paris, na França.
O estudo, que incluiu informações de mais de 81 mil participantes, é uma das poucas vezes em que fontes detalhadas de proteína animal foram examinadas em conjunto com a gordura animal em uma grande pesquisa.
Gary Fraser, bacharel em Medicina e Cirurgia pela Universidade de Loma Linda, e François Mariotti, professor doutor em Nutrição, da AgroParisTeche do Institut National de la Recherche Agronomique, serviram como pesquisadores co-principais.
“Embora as gorduras alimentares sejam parte da história ao afetar o risco de doenças cardiovasculares, as proteínas também podem ter efeitos independentes importantes e amplamente negligenciados sobre o risco”, alertou Fraser. Ele acrescentou que ele e seus colegas há muito tempo suspeitam que incluir nozes, castanhas e sementes na dieta protege contra doenças cardíacas e vasculares, enquanto carnes vermelhas aumentam riscos.
Fraser continuou dizendo que os nutricionistas tradicionalmente olhavam para o que ele denominou “gorduras ruins” nas carnes e “gorduras úteis” nas nozes, castanhas e sementes como agentes causais. No entanto, essas novas descobertas sugerem mais que isso: “Essa nova evidência sugere que o quadro completo provavelmente envolve também os efeitos biológicos das proteínas nesses alimentos”.
Fraser diz que a pesquisa da equipe se mostrou diferente de outra maneira significativa das pesquisas anteriores. Embora estudos anteriores tenham examinado as diferenças entre as proteínas animais e vegetais, este estudo não se deteve em apenas duas categorias, mas optou por especificar proteína de carne e as proteínas de nozes e sementes, juntamente com outras fontes alimentares importantes. “Esta pesquisa sugere que há mais heterogeneidade do que apenas a categorização binária de proteína vegetal ou proteína animal”, disse Fraser.
Fraser também disse que o estudo deixa outras questões em aberto para nova investigação, como os aminoácidos específicos das proteínas da carne que contribuem para as doenças cardiovasculares. Outra questão é se as proteínas de fontes particulares afetam os fatores de risco cardíaco, como os lipídios sanguíneos, a pressão arterial e o excesso de peso, que estão associados às doenças cardiovasculares.
JAMES PONDER, Loma Linda University Health News