AVANÇANDO PELA FÉ

Santificai-vos, porque amanhã o Senhor fará maravilhas no
meio de vós. Josué 3:5
“Viver pela fé significa pôr de lado os sentimentos e os
desejos egoístas, andar humildemente com o Senhor,
apoderar-se de Suas promessas e aplicá-las a todas
as ocasiões, crendo que Deus executará Seus planos e
propósitos em nosso coração e vida” (Fundamentos da
Educação Cristã, p. 341, 342).

SERMÃO 1

Hoje vamos relembrar uma das mais incríveis histórias de fé do
Antigo Testamento. Essa história está registrada nos capítulos 3 e
4 do livro de Josué, e divide-se em três momentos que poderíamos
caracterizar assim:
1- O desafio da fé.
2- A marcha da fé.
3- O testemunho da fé.
Essa história é muito relevante para nossa vida hoje porque ela tem
muito a ver com a história de nossa vida cristã e de nossa caminhada para o Céu.

I – O DESAFIO DA FÉ
JOSUÉ 3:1-13
Eu imagino que, como um filme, muitas coisas se passaram na
mente de Josué naquele momento:
• Ele relembrou a história 40 anos antes, quando ele e os espias foram conferir como era a terra de Canaã.
• Ele relembrou como foi o momento em que eles relatavam a
Moisés e aos líderes do povo o que tinham visto.
• Ele relembrava o fato de que todos que demonstraram incredulidade morreram pelo deserto, e, daquela geração de incrédulos e murmuradores, apenas ele e Calebe restaram de todos os que
tinham de 20 anos para cima, porque foi-lhes assegurado o direito de posse, pela fé que demonstraram no poder de Deus.
Não podemos deixar de imaginar o que se passava na imaginação
do povo, ao pensarem como Josué faria para atravessar o rio. Naquele momento, eles não podiam olhar para soluções humanas.
Eles precisavam acreditar na palavra da fé.
Isso porque Deus não mandou Josué construir barcos e balsas para
mais de 1 milhão de pessoas, e seria impossível atravessar o rio pelos bancos de areia, já que a Bíblia diz que era tempo das cheias.
Durante a maior parte do ano, o rio Jordão tinha pouco mais de
30 metros de largura, mas, na época das cheias de primavera, o
rio transbordava sobre as margens e chegava a ter mais de 1,5
km de largura.
O desafio da fé está descrito em Josué 3:13, “Porque há de acontecer que, assim que as plantas dos pés dos sacerdotes que levam a arca do Senhor, o Senhor de toda a terra, pousem nas águas
do Jordão, serão elas cortadas, a saber, as que vem de cima, e se
amontoarão”.
O desafio da fé era: “Coloque os pés nas águas, e elas serão cortadas!” Humanamente falando, uma impossibilidade.
Esse foi sem dúvida o maior desafio daquela geração que havia
nascido no deserto durante aqueles últimos 40 anos.

Duvidar de Deus e não acreditar em Sua Palavra fez
com que toda a geração anterior morresse no
deserto e o povo peregrinasse por 40 anos.


Eles já haviam presenciado vários atos do poder de Deus, mas agora havia chegado
a hora de demonstrar se eles confiavam totalmente naquilo que Deus dizia.
Existem momentos em nossa vida em que não enxergamos soluções humanas e precisamos, pela fé, acreditar naquilo que Deus diz.
Essa história tem muita relação com nossa vida. Temos o direito de duvidar
das pessoas, do que elas dizem, das histórias que contam, dos conceitos que elas ensinam. Aliás, em
alguns aspectos de nossa vida, a dúvida é benéfica. Há um proverbio chinês que diz que a “dúvida é a antessala do conhecimento”. Por isso, eu acredito que o homem que evita dúvidas nunca
terá certezas.
Porém, no âmbito de quem é Deus, de Sua capacidade de realizar,
operar milagres e maravilhas, o quadro muda de figura. A história
está repleta de evidências do Seu poder.
Portanto, não duvidar das Palavras do Senhor é uma escolha que
eu preciso fazer todos os dias.
Veja estas duas declarações:
“A desconfiança em Deus é produto natural do coração não
renovado, que está em inimizade com Ele. A fé, porém, é inspirada pelo Espírito Santo, e unicamente florescerá à medida que for acalentada. Ninguém se pode tornar forte na fé sem
esforço decidido. A incredulidade é fortalecida ao ser incentivada; e, se os homens, em vez de se ocuparem com as provas que Deus deu a fim de sustentar sua fé, se permitirem discutir
e especular, verão que suas dúvidas se tornam constantemente mais acentuadas” (O Grande Conflito, p. 440 e 441).


“Os que querem duvidar têm suficiente oportunidade para
isso… Deus dá aos espíritos sinceros suficientes evidências
para crer; o que, porém, voltar os olhos da força dessas provas, somente

porque deparou algumas coisas que sua inteligência finita não apreende,

será abandonado à atmosfera
glacial da incredulidade e da dúvida, vindo a experimentar o
naufrágio da fé” (Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 672)
.

Fazer as pessoas naufragar em sua fé é uma das especialidades de
Satanás. Fique esperto, porque, nestes últimos dias da história, ele
intensificará seus esforços.
Existe algo muito importante que Josué faz antes de encararem
aquele tremendo desafio. Ele diz ao povo: “Santificai-vos, porque
amanhã o Senhor fará maravilhas no meio de vós” (Js 3:5).
• Não poderia haver nenhum coração com desconfiança no
meio do povo.
• Não poderia haver nenhum coração em inimizade contra
Deus no meio do povo.
Antes de eles experimentarem a manifestação grandiosa do poder
de Deus, alguma coisa precisava acontecer neles.
Josué sabia que os grandes e maravilhosos atos de manifestação
do poder de Deus não aconteceriam sem que a nação estivesse
preparada para vivenciá-los.
Antes de o Rio Jordão se abrir, eles teriam que abrir completamente seu coração para Deus, acreditar no poder de Deus e reconciliar-
-se com Deus. Só dessa maneira a fé se fortaleceria dentro deles!
A Bíblia não nos relata que atitudes foram mudadas, que hábitos foram
abandonados, até porque em um dia não seria possível detectar mudanças radicais. Mas de uma coisa podemos ter certeza: propósitos novos
e um novo concerto foram estabelecidos naquele momento entre Deus
e Seu povo. Houve arrependimento, confissão e abandono de pecados!
Essa é a condição básica para que Deus manifeste Seu grande poder em nossa vida.

Infelizmente, muitos:
• querem a benção, mas não querem mudança de vida;
• querem os milagres, mas não o desejo de reorganizar seus
objetivos espirituais;
• querem ver a grande manifestação do poder de Deus em sua
vida, mas não querem viver uma vida de santificação.
Como é que Deus pode agir e Se manifestar se não estamos preparados para vivenciar esses milagres?
Uma vida santificada é a melhor maneira de demonstrarmos a soberania de Deus e recebermos Seus milagres em nossa vida.
Sempre que estamos vivendo essa experiência da santificação, temos uma fé mais forte que nos dá uma clara percepção de que
Deus age no momento certo e de que Ele não realiza milagres por
atacado nem para satisfazer nossos desejos egoísticos.
II – A MARCHA DA FÉ
Após o momento de renovação, o povo estava organizado para a
grande jornada da fé.
JOSUÉ 3:15-17
“E, quando os que levavam a arca chegaram até o Jordão, e os
seus pés se molharam na borda das águas (porque o Jordão
transbordava sobre todas as suas ribanceiras, todos os dias
da sega), pararam-se as águas que vinham de cima; levantaram-se num montão,

mui longe da cidade de Adã, que fica ao lado de Sartã; e as que desciam ao mar da Arabá, que é o mar
Salgado, foram de todo cortadas; então, passou o povo defronte de Jericó. Porém os sacerdotes que levavam a arca da Aliança do Senhor pararam firmes no meio do Jordão, e todo
o Israel passou a pé enxuto, atravessando o Jordão.”


Quando os sacerdotes, carregando a arca, colocaram os pés no rio,
as águas pararam de correr e se detiveram como muros, cerca de
30 km rio acima, perto de uma cidade chamada Adã. Esse milagre
aconteceu em resposta à fé de Josué e do povo.
Alguém escreveu:
“É impossível ficar parado na vida cristã: ou avançamos pela
fé, ou regredimos em incredulidade”.
A vida cristã não é uma experiência estática! A vida cristã é uma
experiência de fé!
“Viver pela fé significa pôr de lado os sentimentos e os desejos egoístas, andar humildemente com o Senhor, apoderar-se
de Suas promessas e aplicá-las a todas as ocasiões, crendo
que Deus executará Seus planos e propósitos em nosso coração e vida” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 341, 342).
Todos nós temos um “rio Jordão” para atravessar e, a menos que,
como Josué, exerçamos nossa fé e confiança nas promessas de
Deus, não colocaremos nossos pés na terra prometida e não tomaremos posse da nossa herança.
Precisamos dar um passo de fé! Precisamos “molhar os pés”. Se
não “molharmos nossos pés”, é pouco provável que tenhamos
grandes progressos em nossa vida e serviço para Cristo.
III – O TESTEMUNHO DA FÉ
Porém, Deus queria que Seu povo fosse o mais poderoso alto-falante dessas manifestações. Então, ele dá uma ordem:
“Tomai do povo doze homens, um de cada tribo, e ordenai-lhes
dizendo: Daqui do meio do Jordão, do lugar onde, parados, pousaram os pés dos sacerdotes, tomai 12 pedras; e levai-as convosco e depositai-as no alojamento em que haveis de passar a
noite” (Js 4:2, 3).

Para que isso? Havia no acampamento algum colecionador de
pedras?
A resposta está nos versos 6 e 7: “Para que isto seja por sinal entre vós; e, quando vossos filhos, no futuro, perguntarem, dizendo:
Que vos significam estas pedras? Então lhes direis que às águas
do Jordão foram cortadas diante da arca da Aliança do Senhor; em
passando ela, foram as águas do Jordão cortadas. Estas pedras
serão, para sempre, por memorial aos filhos de Israel”.
Essas pedras deveriam ser para as famílias de Israel um memorial eterno.
Após a travessia, Josué com aquelas pedras levantou uma coluna
em Gilgal e depois disse ao povo:
JOSUÉ 4: 21-24
“E disse aos filhos de Israel: Quando, no futuro, vossos filhos
perguntarem a seus pais, dizendo: Que significam estas pedras?,

fareis saber a vossos filhos, dizendo: Israel passou em
seco esse Jordão. Porque o Senhor, vosso Deus, fez secar
as águas do Jordão diante de vós, até que passásseis, como
o Senhor, vosso Deus, fez ao mar Vermelho, ao qual secou
perante nós, até que passamos. Para que todos os povos da
terra conheçam que a mão do Senhor é forte, a fim de que
temais ao Senhor, vosso Deus, todos os dias.”
Essa coluna em Gilgal deveria ser um memorial para que todas as
pessoas conhecessem que a mão do Senhor é forte!
Os memoriais que Deus tem nos dias de hoje são seus fiéis. Serão
os remanescentes dos últimos dias.

Deus não nos salvou para sermos transformados em monumentos
para exibição. Fomos salvos para ser monumentos de fé.
Quando nos tornamos monumentos de fé? Tornamo-nos monumentos de fé quando:
• Mesmo com prejuízo, não nos ajoelhamos diante dos Baais
deste mundo!
• Mesmo sob ameaça, não renunciamos aos nossos princípios espirituais!
• Mesmo sob pressão, não desistimos dos nossos valores éticos e morais!
• Mesmo discriminados, permanecemos ao lado da Palavra
do Senhor!

A experiência de Josué à frente do povo de Israel, às portas da
entrada da terra de Canaã, é uma inspiração para nós que estamos
vivendo às portas da Canaã Celestial.
Todos nós temos um “rio Jordão” para atravessar e, a menos que,
como Josué, exerçamos nossa fé e confiança nas promessas de
Deus, não colocaremos nossos pés na Terra Prometida e não tomaremos posse de nossa herança.
A extraordinária maneira de Deus agir na vida da nação de Israel, no
passado, nos dá a confiança na ação de Deus sobre Sua igreja nos
últimos dias da história.
A experiência de Josué com Deus precisa ser mais bem compreendida pela igreja nesses últimos dias da história deste mundo.
“Jesus não nos chama a segui-Lo, para depois nos abandonar.

Se consagrarmos a vida a Seu serviço, nunca seremos
colocados numa situação para a qual o Senhor não haja
tomado providências. Seja qual for nossa situação, temos
um Guia para dirigir o caminho; sejam quais forem as perplexidades,

temos um infalível Conselheiro; qualquer que seja
a dor, a privação ou a solidão, temos um Amigo que sente
conosco. Se, em nossa ignorância, damos passos errados,
Cristo não nos deixa” (Obreiros Evangélicos, p. 262, 263).

Agradecemos ao casal ministerial Elias e Telma Brenha por toda a
dedicação na elaboração deste guia.