Cuidado com o que Você Fala!

Por Naiara Patrocínio

Boas-vindas.

Você é daqueles que fala antes de ouvir ou é daqueles que ouve antes de falar?

Hoje, vivemos numa sociedade onde o ser humano não é mais ouvido. O ouvir deveria ser uma prática de amor, entre marido e mulher, pais e filhos, amigos, etc. Você sabia que até o Universo antes de dar resposta à Deus o ouviu em primeira instância? Em Gênesis 1:1-3 está escrito: “No princípio, criou Deus os Céus e a terra. A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas. Disse Deus: haja luz; e houve luz”.

A natureza só obedeceu a voz de Deus, porque, a priori, entendeu o que havia ouvido. O que isso nos ensina também? Isso orienta que para eu dar uma resposta, eu preciso entender o que eu ouvi. Por exemplo: a esposa sinaliza que o seu aniversário está próximo e indica, nas entrelinhas, o que gostaria de receber de presente. Um esposo atento vai ouvir e, se não entender, vai perguntar. Por outro lado, o desatento passará desapercebido (esquecerá até a data do aniversário).

Veja que interessante, Deus dá tanto valor ao ouvir que, através do apóstolo João em suas cartas às sete igrejas da Ásia, pediu que elas ouvissem o que o Espírito Santo tinha para lhes dizer. Quando queremos ensinar um conceito de suma importância, repetimos quantas vezes forem necessárias, não é mesmo? Observem os seguintes textos: Apocalipse 2:7; 2:11; 2:17; 2:29; 3:6; 3:13; 3:22 (primeira parte) diz: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas […]”.

Mas, por que ouvir é tão importante? Porque quem sabe ouvir, sabe falar. E pasmem, as palavras podem matar! Todavia, elas também podem salvar. Se você pudesse alimentar-se das suas palavras, elas lhe seriam alimento ou veneno? “Raça de víboras, como podeis falar coisas boas sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração” (Mateus 12:34).

Do que você tem alimentado a sua mente? Coração nas Escrituras Sagradas significa mente, a maneira como tem dirigido suas palavras as pessoas, revela como está a sua essência. Se estou destruindo o outro com minhas palavras, isso significa que estou destruída por dentro.

O seu coração está cheio de amor ou ódio? Existem pessoas que só sabem ferir, pois vivem feridas, já tem outras que curam com as palavras, pois o interior é cheio de amor. Há um grande perigo em como nos relacionamos com o nosso próximo, o seu irmão não tem culpa das suas aflições, nem seus traumas, cabe a você lidar com isso. Procurando desta maneira um meio de cuidar da sua alma. Se não está sabendo lidar com suas palavras, sua maneira de agir, então minha orientação é procurar ajuda psicológica.

Enquanto eu como ser humano permanecer refém dos meus traumas, de repente meu passado triste, nunca serei uma pessoa livre para amar e ser amada. Um ambiente hostil pode levar uma pessoa a loucura. Se você escuta o tempo todo que é um fracassado, que não nasceu para brilhar, isso poderá sim, mexer com suas estruturas.

Por mais que seja um ser humano equilibrado, uma hora você não suportará. Palavras têm ferido a muitos, uma palavra lançada não voltará atrás. O desafio é, saber silenciar no momento oportuno e só pronunciar aquilo que vá somar e edificar seu próximo. É preciso treino. Um atleta só consegue alcançar seu alvo depois de muitos treinos, preparo físico etc. Assim deveríamos fazer em relação ao que falamos, e como falamos.

História das Três Peneiras

Centro Espírita Sementes de Amor - As Três Peneiras de Sócrates: Um homem  foi ao encontro de Sócrates, levando ao filósofo uma informação que julgava  de seu interesse: - Mestre, o senhor

Essa história foi contada pelo filósofo Platão, que foi discípulo de Sócrates. Alguém chegou para o filósofo Sócrates e disse:

– Tenho uma novidade para contar a você sobre o Sófocles.

Ao que respondeu o sábio:

– Espere! Antes de me contar o que você ouviu, quero perguntar se essa novidade já passou pelo Teste das Três Peneiras:

  • O que você vai me contar é verdade? Você tem certeza de que tudo o que vai me dizer aconteceu de verdade ou você apenas ouviu outra pessoa dizer?

Então seu interlocutor respondeu:

– Realmente não sei se aconteceu de fato.

– Então, essa novidade já vasou a primeira peneira: a veracidade.

O sábio continuou:

  • O que você vai me contar é bom? Vai fazer bem a você mesmo, a mim, e a pessoa envolvida?

Então o rapaz respondeu:

– Bem, eu não posso dizer que o que vou dizer fará bem a você, a mim ou ao Sófocles.

Então Sócrates disse:

– Essa novidade também vazou a segunda peneira: a bondade.

  • O que você vai me contar é realmente necessário? Acha mesmo necessário contar esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa?

Nesse ponto seu interlocutor ficou calado.

E Sócrates concluiu:

– Se passar pelas três peneiras, conte! Tanto você, quanto eu e os outros iremos nos beneficiar. Caso contrário, esqueça e enterre tudo. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia.

Queridos, um homem como Sócrates, que apesar de ser um dos maiores sábios do mundo, não tinha conhecimento de Deus, sabia da importância das palavras. Então, o que dizer nós que temos nas mãos a Palavra de Deus?

Tudo o que dizemos deve ser peneirado por essas três palavrinhas: verdade, bondade e necessidade.

Provérbios 18:21 A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto.

Mateus 12:37  Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.

Espero que você e eu aprendamos do poder que tem nossas palavras e como dominar nossas línguas.

No livro de Tiago 3:3-12, encontra-se em apenas doze versos o manual de orientação acerca do cuidado que devemos tomar com a língua. Iniciemos com o verso 3, “Ora, se pomos freios na boca dos cavalos, para nos obedecerem, também lhes dirigimos o corpo inteiro”. Percebemos neste texto que se dominamos a língua, dominamos o corpo inteiro. Os versos 4, 5, 6 reforçam essa ideia.

No entanto, Tiago reconhece que essa não é uma tarefa fácil. Vejamos os versos 7 e 8: “Pois toda espécie de feras, de aves, de répteis e de seres marinhos se doma e tem sido domada pelo gênero humano; a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar, é mal incontido, carregado de veneno mortífero”.

Talvez, agora você me pergunte: – ’Stá vendo aí? Tiago afirma que o homem não consegue dominar a língua.

E você estaria correto, se não fosse uma nova criatura! Sabe por quê? Porque em Filipenses 4:13 está escrito: “Tudo posso naquele que me fortalece”. O homem não consegue, mas tem alguém que pode realizar isso por ele. O que você me responde com esse verso? Ou seja, até quando vamos criar desculpas para persistirmos no erro? Sim, por nós mesmos não podemos refrear nossa língua, contudo, se de fato, formos cheios do Espírito Santo, poderemos dominá-la: “Põe guarda, Senhor, à minha boca; vigia a porta dos meus lábios” (Salmo 141:3).

Com isso não quero dizer que o homem seja totalmente incapaz de proferir palavras que salvam, o próprio Tiago nos versos 9 e 10, nos explica a que se referia quando disse que “nenhum dos homens é capaz de domar [a língua]”. Neles, o apóstolo afirma: “Com ela, bendizemos ao Senhor e Pai; também, com ela, amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que essas coisas sejam assim”. Sem Deus, o domínio da língua é uma batalha constante. Nós necessitamos do Espírito Santo para completar o que falta em nós.

Com Paulo, em Gálatas 5:22, aprendemos que essa habilidade denominada “domínio próprio” é fruto do Espírito. Afinal, “acaso pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas ou a videira, figos? Tampouco fonte de água salgada pode dar água doce”. Com o Espírito Santo habitando nosso íntimo, nosso falar será “como maçãs de ouro em salvas de prata” (Provérbios 25:11).

Lembre-se: “Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça no falar, é perfeito varão, capaz de refrear também todo o corpo” (Tiago 3:2).

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