Violência psicológica na família


Quando falamos em violência, pensamos em socos, pontapés, pessoas se batendo, se
agredindo com muita raiva. Mas nem sempre as coisas são tão visíveis assim.
Violência física a gente vê de cara porque ficam machucados
visíveis. Mas, a violência psicológica é mais difícil de perceber
e ela pode se manifestar em casa

Pois é, pode-se caracterizar como violência psicológica familiar atos de humilhação, pais que xingam seus filhos, usando palavras grosseiras, palavrões ou comparações, diminuindo o filho diante das outras
pessoas, desvalorizando-o, expondo em público alguma caraterística física ou
jeito de ser, etc.
Atitudes também limitadoras envolvem castigos sem negociação ou explicação, porque o filho
fez ou disse algo que desagradou.
Se a criança ou adolescente nas suas atitudes não está pondo
sua vida em risco e nem de outra pessoa, mas está emitindo uma
opinião, e isso for muito contrária às ideias que a família nutre,
surge aí uma oportunidade de diálogo, afinal pensar diferente
é necessário para a construção da autoimagem.
E outros integrantes da família também podem praticar violência psicológica. Pais e mães,
irmãos ou outros familiares podem comentar sobre a pessoa
que não emagrece ou que não engorda, podem falar que ele ou
ela tem dificuldades em aprender alguma coisa, que vai mal na
escola, que não se esforça, que
não vai bem em alguma atividade ou esporte, ou dar apelidos
relacionados a alguma característica física, fazendo comentários impróprios que não trazem
benefício algum. Isso são só exemplos, mas que infelizmente
acontecem.
A gente sabe e deve reforçar que cada pessoa é uma, única e exclusiva!
Comparar é um caminho muito perigoso e dolorido.

Ameaças, insultos, limitação de direitos, justificar a violência
como conselhos ou orientações, até penalidades que incluem o
isolamento da pessoa, podem trazer muito mal e dor emocional.
Também já ouvi pessoas justificando suas falas dizendo que
não há maldade ou até que há necessidade de falar desse jeito
para que o outro “caia na real”, mude de atitude ou “aprenda”.
Esse tipo de violência não está restrito a essa ou aquela situação. Ela pode aparecer na família, na escola, entre um grupo de amigos, um time, uma turma,
etc. Pode ser entre duas pessoas, ou mais.
Atitudes assim podem começar de uma forma discreta e ir
gradualmente tomando proporções mais graves.
Devemos ter muito cuidado ao falar e comentar. Se fosse com
a gente, como seria? A violência pelas palavras é violência!
Não podemos ter o controle do que as pessoas pensam sobre nós, mas podemos dizer claramente que isso ou aquilo fere a nossa autoestima e que não achamos graça.
Nem sempre o que serve para mim também é bom para o outro, isso também vale para as palavras!
A melhor forma de se comunicar ainda é a fala, o diálogo. Dizer o que nos fere e como fere,
pôr limites nas ações dos outros sobre nós mesmos é muito
importante.

Um outro aspecto pouco explorado, mas, que também se
classifica como violência é a negligência: quando o cuidado
e atenção que deveriam ser presentes na família, não acontecem e as necessidades não são
atendidas.
Não estamos falando de quando os pais negam um presente ou um passeio. Os pais,

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muitas vezes, não podem dar o que querem para os filhos e, por
várias razões, a gente não pode confundir o que é uma impossibilidade com o que é um descuido ou desinteresse.

Faltar alimento, escola, roupas e faltar carinho, atenção, é
disso que estamos falando. Negligência é abandono,
descuidar do que poderia ser cuidado.
Entender o que é violência, se estamos envolvidos em alguma ação em que ela está
presente, é fundamental para procurar ajuda.
Não precisamos levar a carga sozinhos, há profissionais capacitados
para contribuir nesse sentido.
Por isso, fique atento! Não acuse se não tiver certeza, mas
não silencie se tiver certeza.

Não deixe pra lá

“a melhor forma de se comunicar ainda é a fala, o diálogo.
Dizer o que nos fere e como fere, pôr limites nas ações dos outros
sobre nós mesmos é muito importante.”