Sobre como a vida pode ser mais doce


SOBRE[VIVER] Thiarlles Boeker – QUARTA DE PODER


Vizinho da igreja durante anos, o senhor Josivaldo
ouvia o culto apenas através da janela. Isso era triste,
pois 40 anos antes aquela grande congregação havia
começado em sua casa. Por muito tempo ele foi um dos
líderes daquela comunidade, mas um descontentamento o

fez evitar a comunhão junto aos irmãos. A esposa estava sempre sozinha nos bancos da igreja e clamava
por ajuda, pois queria ver a família unida na casa de Deus.
Durante uma visita pastoral, depois de uma longa
conversa, o coração machucado de Josivaldo se abriu
para perdoar e ser perdoado. Isso só foi possível quando o foco se deslocou dos motivos elencados no debate para a profunda razão, ou seja, a mágoa.

O grande problema é que, por mais simples que seja uma situação, se existe amargura, especialmente a amargura acumulada, o embate passa a ser rígido, mais por conta do orgulho do que pelas questões.

Mas não pense apenas em discussões acaloradas porque existem corações amargurados sem nenhum embate.
Certa ocasião, um marido elogiou o vestido azul da esposa, dizendo: “Que vestido lindo! Ficou tão bem em você! É novo?” Então, ela respondeu: “Não! É o mesmo que usei há dois anos na primeira vez que saímos, quando ainda éramos namorados”.
Claro que a história fala de um homem desatento,
mas também não deixa de revelar algo que foi guardado por muito tempo. Isso estava fazendo mal para ele, mas sobretudo para ela.

A vida pode ser mais doce. Deus não deseja que um
coração amargo aflija a vida de seus filhos. Por menores
que sejam as amarguras, se acumuladas, elas podem
trazer um mal silencioso e profundamente destrutivo.
As amarguras nos impedem de ver o melhor das pessoas e, especialmente, o melhor de Deus.
Vamos estudar um pouco mais sobre isso para percebermos como podemos responder a esse sentimento e, em especial, o que Deus pode fazer com as amarguras que aparecem no caminho.

  1. Arranque esta raiz veja algo diferente
  1. Em sua pescaria solitária, no meio de uma grande
    lagoa, um homem teve problemas com o motor da pequena embarcação. Ao contar a história sobre o incidente que lhe rendeu horas remando, alguém questionou sobre seus sentimentos. Ele respondeu: “A primeira coisa que me veio à cabeça foi a vontade de reclamar e
    colocar a culpa em alguém; e a segunda foi uma dolorosa frustação por não ter ninguém com quem reclamar”.
  1. Para o povo de Deus no deserto, a lembrança do lugar chamado Mara ocorre mais pela decepção passageira do que pelo grande milagre realizado. A amargura
    precisa ser arrancada do coração, e isso começa quando conseguimos esquivar os olhos dos problemas, encontrando as clareiras de oportunidades.
    Para toda provação proveu Deus auxílio. Quando Israel, no deserto, chegou às águas amargas de Mara, Moisés clamou ao Senhor. Este não proveu nenhum remédio novo; chamou a atenção para o que lhes estava ao alcance. Um arbusto por Ele criado devia ser lançado na fonte para tornar a água pura e doce.
    Isto feito, o povo bebeu dela e refrigerou-se. Em toda provação, se O buscarmos, Cristo nos dará auxílio.
    Nossos olhos se abrirão para discernir as restauradoras promessas registradas em Sua Palavra. O Espírito Santo nos ensinará a apoderar-nos de toda bênção, que servirá de antídoto para o desgosto. Para toda amarga experiência havemos de encontrar um ramo
    restaurador. — A Ciência do Bom Viver, p. 248

    A solução pode estar mais próxima do que imaginamos. Outro olhar pode fazer a diferença, trazendo luz para nossa vida (Mt 6:22, 23).
  1. Que tal permitir esse olhar diferente para as pessoas, a vida e
    nosso Deus? É possível que Ele já esteja apontando para
    algo fora de nosso campo de visão poluído, indicando
    exatamente o que e onde podemos mudar.
  1. Já passava das 22h e passos foram percebidos do
    lado de fora da casa de Danilo. Ele tinha apenas 10 anos
    quando ouviu o vizinho chamar e comunicar sobre um
    acidente automobilístico que havia sido fatal para seu
    primo.
    Os pais de Danilo foram ao hospital e, sozinho, sem
    ter com quem reclamar ou dividir os medos, ele dobrou
    os joelhos para orar.
    Em palavras inocentes e infantis, ele suplicou: “Senhor, que não tenha ocorrido o pior. Que tenha acontecido uma confusão e a notícia não seja de morte”. Antes
    de terminar a oração, Danilo ouviu novamente o som
    de passos. Era o vizinho voltando para avisar que o acidente aconteceu, mas sem morte.
  1. É importante destacar que
    a oração não é representada por um elemento único,
    mas, após a descrição, a oração é posta como algo que
    passa por todos eles.
    Ela fortalece as fibras da justiça, devolve a paz em
    nossa caminhada, faz com que nos concentremos na
    Salvação e nos ajuda a lembrar as respostas de Deus
    em Sua palavra. É por esse motivo que o apóstolo insiste: “[…]orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica […]” (Ef 6:18).
    A oração é a respiração da alma. É o segredo do poder espiritual. Nenhum outro recurso da graça pode substituí-la, e a saúde da alma ser conservada. A oração coloca a pessoa em contato imediato com a Fonte da vida, e fortalece os nervos e músculos da experiência religiosa. Se o exercício da oração, quando for desprezado ou ela for feita ocasionalmente, conveniente, você perderá a firmeza em Deus. As faculdades espirituais perdem a vitalidade, a experiência
    religiosa não tem saúde e vigor. — Mensagens aos Jovens, p. 249.

    As maiores vitórias da igreja de Cristo, ou do cristão em
    particular, não são as que são ganhas pelo talento ou
    educação, pela riqueza ou favor dos homens. São as
    vitórias ganhas na sala de audiência de Deus, quando
    uma fé cheia de ardor e agonia lança mão do braço
    forte da oração. — Patriarcas e Profetas, p. 203.
    A resposta para o que ocorreu no deserto, em Mara,
    veio depois da oração. Então, a oração não deve ser
    nosso último recurso, mas a oxigenação de nossa vida.
    Devemos orar continuamente (1Ts 5:17), ou seja, em
    casa em seus momentos de devoção, no caminho para
    o trabalho e diante das encruzilhadas da jornada. De
    joelhos ou até em pé no ônibus, quando não há mais
    banco para sentar; com os olhos fechados, em momentos solenes e propícios, ou abertos, fixos na estrada no caminho de volta para casa. O importante é estar em
    diálogo constante com Deus.
  1. Parecia ser mais uma viagem normal. O avião decolou rumo a Vitória, ES. Quando faltavam apenas 15 minutos para o pouso, o piloto avisou que todos deveriam afivelar o cinto porque haveria turbulência, já que estavam atravessando nuvens de tempestade. O avião
    começou a balançar, fortes rajadas de vento o deslocavam do alinhamento com a pista e, de repente, o piloto fez a manobra e arremeteu, a fim de fazer uma tentativa de pouso mais segura.
    Muitos começaram a ficar agitados e passaram a expressar sua fé de diversas formas. Porém, um passageiro olhou calmamente pela janela buscando o infinito,
    deu um sorriso e voltou a ler sua Bíblia.
  1. Os versos 32 a 34 desse mesmo capítulo evidenciam que o dia anterior de Jesus havia sido extremante cansativo. “Enquanto o último enfermo não foi curado,
    Jesus não cessou de trabalhar” (O Desejado de Todas as Nações, p. 175). O verso 38 mostra que a agenda de Jesus para o dia seguinte permaneceu lotada e que Sua
    atitude diante de uma vida cheia de ocupações revelava
    que nada poderia roubar o momento Dele com Deus.
  1. Uma das grandes responsabilidades desta vida encontra-se sublinhada no privilégio de sermos chamados de cristãos, ou seja, aqueles que seguem a Cristo. Algo
    evidente no ministério do Salvador junto aos discípulos
    era a capacidade de lidar com embates que para os discípulos, às vezes, pareciam insolúveis.
  1. Que não tenhamos dúvidas, porque a vida pode ser mais doce na presença de Deus.


    A conclusão não é que as dificuldades deixarão de
    existir ou muito menos que os problemas não provocam ou provocarão sofrimentos. Não podemos diminuir o tamanho das dores dos outros nem das nossas,
    mas precisamos evidenciar o poder de Deus diante dos desafios.
    O cristão também chora e sofre, mas não “[…]como os demais, que não têm esperança” (1Ts 4:13). Existe uma Pessoa, com P maiúsculo, que nos ajuda a encontrar o sorriso perdido em algum lugar deste deserto injusto. Ele é o maravilhoso Deus que pode transformar um momento amargo em algo doce. Que tal buscarmos juntos por essa vida mais feliz? Vamos hoje
    mesmo permitir, através do Senhor, um olhar diferente, transformado e capaz de encontrar a solução proposta pelo Céu para cada um de nossos problemas?