FORTALECIDOS NA PALAVRA DE DEUS

FORTALECIDOS PARA VENCER – SEMANA DA FAMÍLIA
Texto bíblico Gênesis 2:16-17; Gênesis 3:1, 4-5
Hoje, para muitos, não existe uma verdade absoluta e nem uma mentira absoluta


Recentemente temos vivido uma das maiores crises sanitárias e de saúde que o mundo experimentou nos últimos 50 anos. Somando a essa crise de saúde, há também uma enorme crise de valores dentro e
fora da família. Boa parte das pessoas se manifestam nas redes sociais sobre aquilo que acreditam e defendem.
Dependendo do que falar e como se posicionar, a pessoa é duramente criticada e, por vezes, perde o trabalho, a família, a dignidade e a paz.
A verdade é que hoje vivemos tempos difíceis e de muita polarização
onde as pessoas questionam verdades fundamentais acerca de casamento,
sexualidade, paternidade, descanso semanal, valores bíblicos-cristãos,
entre outros. Hoje, para muitos, não existe uma verdade absoluta e nem

uma mentira absoluta. Talvez, o real motivo seja a base com a qual as pessoas medem aquilo que é verdadeiro ou aquilo que é falso. Quando a base é duvidosa, todo o restante da estrutura ruirá.
É como aquela alegoria da mentira e da verdade:

A Mentira e a Verdade


Diz uma parábola judaica que certo dia a Mentira e a Verdade se encontraram.
A Mentira disse para a Verdade:
-Bom dia, Verdade.
E a Verdade foi conferir se realmente era um bom dia. Olhou para o
alto, não viu nuvens de chuva, vários pássaros cantavam e vendo que realmente era um bom dia, respondeu para a Mentira: -Bom dia, Mentira. -Está muito calor hoje, disse a
Mentira.
E a Verdade vendo que a Mentira falava a verdade, relaxou.

A Mentira então convidou a Ver para se banhar no rio. Despiu-se
de suas vestes, pulou na água e disse: -Venha dona Verdade, a água
está uma delícia.
E assim que a Verdade sem duvidar da Mentira tirou suas vestes e mergulhou; mas a Mentira saiu da água e vestiu-se com as roupas da Verdade e foi embora.
A Verdade, por sua vez, recusou-se a vestir-se com as vestes da Mentira
e por não ter do que se envergonhar, saiu nua a caminhar na rua.
A os olhos das outras pessoas era mais fácil aceitar a Mentira vestida de
Verdade, do que a Verdade nua e crua.

Por isso, a pergunta que precisa fazer é: Sobre qual base você
está construindo sua família? Ou sobre qual base você está ensinando valores a seus filhos? Seu padrão

está na verdade ou longe dela? Onde está seu prumo?
Para muitos, o prumo da verdade, está em René Descartes, Nietzsche,
Rousseau ou na revolução dos povos do marxismo. Para outros está
no capitalismo do Chicago Boys dos anos 80, o livre mercado, a livre concorrência, a ausência de um estado manipulador e na força do trabalho livre e individual. Para muitos, a verdade dos valores que norteiam sua vida está em um grande pensador religioso, artista famoso ou pensador
humanista que tem milhares de seguidores em todo o mundo.
Para mim, cristão adventista do sétimo dia, Jesus Cristo é minha base,
meu norte e meu prumo; e Sua Palavra inspirada, ao longo dos tempos e
escrita por homens falhos e pecadores, é a bussola segura para nortear
minhas decisões em todos os aspectos desta vida contaminada pelo pecado,
até o dia da restauração completa.


A Palavra de Deus como base e a reinterpretação como ameaça (Gênesis 2:15-17)


Ao voltarmos ao relato da Criação, vemos o cuidado e orientação de
Deus para com o casal recém-criado.

O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden para o
cultivar e guardar.
“E o Senhor Deus ordenou ao homem: — De toda árvore do jardim
você pode comer livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e
do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá”.
Deus, sabendo do surgimento do mal no universo, decidiu comissionar alguns santos anjos para advertir Seus filhos acerca do mal. “Deus
reuniu a hoste angélica para tomar medidas e impedir o perigo ameaçador. Ficou decidido no concílio celestial que anjos deviam visitar o Éden e advertir Adão de que ele estava em
perigo pela presença de um adversário. Dois anjos apressaram-se a visitar nossos primeiros pais. O santo
par recebeu-os com inocente alegria, expressando gratidão a seu Criador
por assim havê-los rodeado com tal profusão de Sua bondade. […] Contaram-lhes que Satanás propusera-se fazer-lhes mal, e que era necessário estarem alerta, porque podiam entrar em contato com o inimigo caído; mas, que não podia causar-lhes dano enquanto rendessem obediência aos mandamentos de Deus, e que, se necessário, todos os anjos do Céu
viriam em seu auxílio antes que ele pudesse de alguma maneira prejudicá-los. Mas se desobedecessem ao mandamento de Deus, então Satanás teria poder para sempre molestá-los,
confundi-los e causar-lhes dificuldades” (História da Redenção, p. 29, 30).
Adão e Eva já conheciam o bem e eram felizes servindo a seu Criador.
A vida eterna estava garantida se tão somente se mantivessem fiéis à Palavra do Senhor. A Palavra de Deus era a base da vida eterna de Adão e Eva.
Ninguém na Terra havia posto em xeque a Palavra de Deus ou sequer a questionado. Ela era a verdade absoluta. Não havia meia verdade ou mentira, apenas a palavra séria, eterna e
verdadeira do Criador do universo.
Satanás, então, usou uma estratégia indireta. Usou a estratégia de colocar
em xeque a interpretação da Palavra de Deus. Ele tentou levar nossos
primeiros pais a duvidar acerca da maneira que eles haviam entendido
a ordem divina. Veja o que a Bíblia menciona em Gênesis 3:1 “Mas a serpente, mais astuta que todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: — É verdade
que Deus disse: ‘Não comam do fruto de nenhuma árvore do jardim?’”
Veja o que Satanás está fazendo.
Ele está insinuando que a interpretação da Palavra de Deus está errada.
Não é por acaso a mesma estratégia que ele usa hoje? Já ouviu alguma
vez, nos últimos tempos, alguém dizendo que precisamos reinterpretar
a Palavra de Deus? Que ela pode ser entendida à luz de aspectos culturais, situacionais, de cosmovisão que podem alterar sua veracidade quanto à sua verdade absoluta?
Hoje, há muitas pessoas que questionam, por exemplo, o casamento
heterossexual que Deus estabeleceu no livro de Gênesis. Questionam a
duração do laço matrimonial quanto à sua extensão e dependência do
seu Autor, o próprio Criador. Muitas pessoas questionam se o sábado bíblico é o dia de descanso que o Criador estabeleceu como base, após sua obra de criação, para toda a humanidade. Continuam seguindo o mesmo princípio que Satanás utilizou para
colocar em dúvida a verdadeira intepretação da Palavra de Deus.

Logo depois que Satanás levou nossos primeiros pais à dúvida, ele
afirmou mentirosamente: “Então a serpente disse à mulher: ‘É certo que
vocês não morrerão. Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerem, os olhos de vocês se abrirão e,
como Deus, vocês serão conhecedores do bem e do mal’ (Gênesis 3:4, 5).
Após nossos primeiros pais darem abertura para uma nova interpretação acerca do que Deus havia dito,
Satanás, sem piedade, faz uma declaração mentirosa. O resto da história
você e eu estamos vivendo até hoje.


Materialismo, Evolucionismo e Ateísmo


Como o inimigo de Deus não tinha poder para enganar nossos primeiros
pais com algumas filosofias que ele usa hoje: materialismo, evolucionismo e ateísmo, ele decidiu confrontar a base onde Adão e Eva construíram sua cosmovisão de mundo: na Palavra de Deus.
Vamos ver o que diz cada uma dessas filosofias:


a. Materialismo:

O materialismo é uma das maiores religiões mundiais. Ele tem milhares de adeptos

e seguidores que usam suas bandeiras de cartões de crédito como
moeda de troca. Ele normalmente se firma sobre conceitos como
status, exclusividade, excentricidade, egoísmo, narcisismo etc.
Também conhecido como consumismo superlativo, o materialismo tem uma busca incessante,
por parte de seus seguidores, por bens supérfluos, buscando satisfazer assim seus desejos sem fim.
Sintomas:
Shopaholic: Comprador compulsivo. O ato da compra é tão
gratificante em si próprio que pode sobrepujar a posse e o uso.
A pessoa se sente realizada somente pelo fato de comprar um
produto, mesmo que nunca venha a usá-lo.


Possuidor desmesurado: É aquela pessoa cujo acúmulo e
retenção o levam a ter tantos bens que chega a ser incapaz de
usufruí-los.
• Uso ostentatório: É quando a utilização do bem transcende
seu valor de utilidade para dar ugar ao que ele representa socialmente. Isto é, a pessoa c

pra um bem não tanto porque precise de sua utilização, mas pelo significado cultural que
lhe trará.
Talvez seja difícil pontuar a quantidade de pessoas que são dependentes do consumismo como “religião”,
também chamado de materialismo.
A verdade é que esse tipo de engano do inimigo leva, todos os dias,
milhares e milhares de pessoas à ruína, desespero, dívidas, depressão e falsas expectativas.
As marcas com seus nomes de fantasia sinalizam qualidade, performance e reputação tanto do fabricante como de seus produtos.
As marcas estabelecem ou reforçam a identidade e o amor próprio
de seus consumidores, que nelas procuram verdadeiras âncoras racionais e emocionais. Para muitos
consumidores, determinadas grifes chegam a ter uma dimensão
quase espiritual.
A agência de publicidade Young & Rubicam, disse: “As marcas constituem a nova religião. As pessoas se
voltam para elas em busca de sentido”.

Não seria exagerado dizer que os shoppings centers são os verdadeiros templos onde as pessoas
vão adorar por meio do consumo;
e onde os publicitários são os verdadeiros líderes “espirituais” que
ministram à necessidades de seus seguidores.
A Young & Rubicam comparou os construtores das marcas registradas
de hoje aos missionários que difundiram a cristandade e o islamismo
pelo mundo.
“Foi a paixão com que eles comunicaram essas crenças que levou
as pessoas a reagirem aos milhões, porque as religiões eram baseadas
em ideias poderosas que conferiam significado e objetivo à vida”.
Quando Cristo não é o centro da vida, é muito fácil para as pessoas
buscarem satisfazer esse vazio por meio dos bens de consumo. Porém, esse engano é completamente
inócuo diante do nossos primeiros pais. Adão e Eva sabiam que todos
os bens dados a eles eram completamente necessários para sua
subsistência. Não havia qualquer vaidade nem desejo de ostentação,
porque todos eles provinham de um Criador amoroso que os proporcionava sabendo que eles eram

um meio, e não um fim em si mesmo. A felicidade completa estava
na comunhão da criatura com o Criador e não em quaisquer obras
de suas mãos.


b. Evolucionismo: O evolucionismo é uma corrente filosófica que
afirma que a aparição das espécies vivas sobre a terra se deve a
um certo número de fatores genéticos, ambientais, mutacionais,
derivacionais, tendo como base a seleção natural das espécies, e
que advém de processos de milhares de anos.
O evolucionismo planteia que todas as espécies têm um ancestral comum, que é possível estudar por meio de estudo fóssil que data de 3,4 mil milhões de anos
atrás como sendo os primeiros registros de vida na terra.
Nossa intenção não é nos aprofundarmos no estudo do evolucionismo, mas mencioná-lo de forma
genérica como sendo uma ideia completamente oposta à base da
Palavra de Deus, que é o criacionismo em seis dias literais e o descanso sabático.

Esse tipo de engano que hoje atinge milhões de pessoas no mundo, não
fazia o menor sentido para nossos primeiros pais. Adão e Eva sabiam
que o ato criador não havia acontecido em milhões de anos, mas sim
em seis dias literais de 24 horas.
Sabiam que eles haviam sido criados com um selo, uma imagem do
seu Criador, e que não eram produtos do acaso ou de uma evolução
de espécies que haviam conseguido sobreviver por qualquer seleção
natural.


c.Ateísmo: O termo atheos, literalmente, “sem Deus” é uma definição básica que resume o pensamento crítico contra a religião, e o ceticismo contra qualquer crença
que estabeleça a adoração de um Deus. A palavra passou a indicar
de forma mais direta pessoas que não acreditavam em deuses no
século V a.C., adquirindo definições como “cortar relações com
os deuses” ou “negar os deuses”. O termo ἀσεβής (asebēs) passou então a ser aplicado contra aqueles
que impiamente negavam ou desrespeitavam os deuses locais, ainda que crendo em outros deuses.

Como substantivo abstrato, também existia ἀθεότης (atheotes), “ateísmo”. Cícero traduziu a palavra do grego para o latim como atheos. O termo era frequentemente usado
pelas duas partes, no sentido pejorativo, no debate entre os primeiros cristãos e os helenistas.
O ateísmo vem desde o século XVIII como expressão mais definida e ganha força ao longo do
tempo com o humanismo, a Revolução Francesa, o pensamento
livre e o ceticismo científico. Ele desacredita da ideia do mal, da revelação inconsistente e do argumento da descrença. Além desses argumentos, o ateísmo utiliza de outros argumentos sociológicos,
filosóficos e sociais para negar a existência de Deus.
Hoje, existem milhares de pessoas que seguem essa linha de pensamento e que não adoram ao Deus
Criador. Felizmente, esse argumento também era inócuo para
nossos primeiros pais. Adão e Eva presenciaram a ação criadora de
Deus em primeira mão. Adão, em seu lado. Não havia como negar a
existência de um Deus amoroso que conversava com eles diariamente e que aspirava com que eles
e seus filhos vivessem para sempre ao Seu lado.


Verdadeiro fundamento
Nos dias de hoje precisamos retornar à palavra de Deus e aos testemunhos escritos por Ellen White. A luz
maior iluminando nosso lar, nossa família, a educação de nossos filhos,
nossos conceitos a respeito da vida nesta terra como preparação para a
eternidade. E a luz menor, ampliando os conceitos de maneira prática para
nos levar de volta à Palavra de Deus.
Devemos lembrar da verdadeira hermenêutica: conjunto de preceitos
ou técnicas para interpretar textos religiosos ou filosóficos. Devemos
lembrar que a Bíblia se interpreta.
Não precisamos de lentes filosóficas ou humanísticas para interpretar a
Palavra de Deus.
Hoje, existe um ataque aberto contra a Palavra de Deus, passando a
ideia de que, aquele que acredita na Bíblia é fundamentalista, e não está
aberto a outras fontes de sabedoria.

Esse é o mesmo engano que Satanás ofereceu a nossos primeiros pais. Inclusive, devemos ter muito cuidado mesmo quando lemos interpretações
de autores cristãos. Agostinho, por exemplo, utilizava fontes filosóficas
gregas de Platão e Aristóteles para interpretar a Bíblia. Tomás de Aquino foi outro que fez uso dos escritos de Aristóteles para definir os princípios de interpretação da sua teologia.
Por outro lado, José Bates, J. N. Andrews, Ellen White e Tiago White
seguiram o princípio de intepretação de somente a Escritura como fonte de
sabedoria e autenticidade. São nesses escritos e testemunhos que devemos
ancorar nossa maneira de entender a Palavra de Deus.

Apelo
“É plano de Satanás enfraquecer a fé do povo de Deus nos Testemunhos. Em seguida vem o ceticismo
no tocante aos pontos vitais de nossa fé, as colunas de nossa posição,
depois as dúvidas acerca das Escrituras Sagradas, e então a caminhada descendente para a perdição.
Quando os Testemunhos, nos quais se acreditava anteriormente, são

postos em dúvida e rejeitados, Satanás sabe que as pessoas enganadas
não pararão aí; e ele redobra seus esforços até lançá-las em rebelião
aberta, a qual se torna irremediável e termina em destruição” (Testemunhos para a Igreja v. 4, p. 211).
Precisamos ser fortalecidos pela Palavra palavra de Deus em todos os
aspectos da nossa vida:
a. a) Nas redes sociais;
b. b) Na família e igreja;
c. c) Na fidelidade matrimonial;
d. d) Na pureza sexual;
e. e) Nas finanças;
f. f) Na relação com a comunidade;
g. g) Na preparação para a volta de Jesus