UMA VIDA DE PROVA



Quando viajava, Madre Teresa de Calcutá sempre guardava os alimentos servidos no avião, e ainda pedia mais aos comissários de bordo, para destiná-los depois a pessoas pobres. Não era raro, além disso, que as pessoas lhe ofertassem dinheiro para as suas obras quando a encontravam em um voo. Certa vez, o copiloto do avião avisou que Madre Teresa estava a bordo e passou com o quepe na mão recolhendo doações. Ela tinha credibilidade devido à sua vida que foi uma prova de amor aos pobres.


I – A PROVA DE QUEM É DEUS.

  1. O ato da criação é uma prova da propriedade de Deus. Ele criou o universo por meio de Sua palavra. Ele é, portanto, o dono do Céu e da Terra. “Eis que os céus e os céus dos céus são do Senhor teu Deus, a terra e tudo o que nela há” (Dt 10:14). Tudo que existe no universo é de Deus. Nós, o nosso tempo, os nossos talentos e as coisas que possuímos. “Ele nos cumula de benefícios Seus. Somos-Lhe devedores do alimento que comemos, da água que bebemos, da roupa que vestimos, do ar que respiramos. Sem a Sua especial providência, o ar estaria cheio de pestilência e de veneno. Ele é generoso benfeitor e preservador” (Ellen G. White, Conselhos sobre Mordomia, p. 10). O problema é que nós, seres humanos esquecemos com facilidade que tudo que existe pertence a Deus. Esquecemos de quem é Deus.
  2. Deus deseja que o ser humano se devolva a Ele. Longe de Deus não somos felizes, nem completos. Porém, esse ato de devolver-se não é um fato romântico feito de palavras bonitas, mas uma experiência prática.
  3. Deus não precisa dos nossos recursos. Ele não está interessado em nosso dinheiro, mas está interessado em nosso coração. Ele espera que lhe devolvamos o dízimo, porque é uma lei da vida

  4. que “onde está o teu tesouro ali está o teu coração” (Mt 6:21). “Dá-me, filho meu, o teu coração, e os teus olhos observem os meus caminhos” (Pv 23:26). O Senhor deseja o teu coração. Tudo mais será uma consequência. “O coração inteiro tem de render-se a Deus, ou do contrário não se poderá jamais operar a transformação pela qual é restaurada em nós a Sua semelhança. Por natureza estamos alienados de Deus” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 43).

  5. II – A PROVA DE QUEM É O SER HUMANO.
  1. A guarda do sábado prova que o ser humano é dependente de Deus. Foi estabelecido para nos lembrarmos que Ele é o dono do nosso tempo. “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar… Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o Senhor o dia do sábado, e o santificou” (Êx 20:8 e 11). O mandamento do sábado começa dizendo “Lembra-te”, justamente porque o ser humano tende a se esquecer das coisas com facilidade. Ao devolver o sábado ao Senhor, e guardá-lo como um dia santo estamos reconhecendo que Ele é o dono absoluto do nosso tempo, e que nos emprestou esse tempo para que pudéssemos viver.
  2. O manual de saúde na Bíblia prova que o ser humano tem um dono. “E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás; porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:16, 17); “E todos comeram de uma mesma comida espiritual” (1 Co 10:3). No Jardim do Éden, Deus deu ao ser humano tudo para comer, porém separou para Ele a árvore da ciência do bem e do mal. Se o homem respeitasse a ordem divina estaria aceitando o fato de que Deus era dono do seu corpo. Hoje já não tem mais uma árvore, mas temos as recomendações de como devemos alimentar o nosso corpo. Mas, como o homem esquece facilmente Paulo começa perguntando: “Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? (1 Co 6:19).
  3. Deus é o autor dos talentos e usá-los para o reino prova isso. Deus é o dono das nossas faculdades e talentos. “Nossa vida não nos pertence. Ela é de Cristo. Tudo é dEle, e devemos utilizar nossas faculdades realizando a vontade de Deus. Vigiai e orai, sede incansáveis ao cumprir Sua vontade de coração. Usai toda capacidade a vós confiada como um tesouro sagrado, para ser usado compartilhando com outros o conhecimento e graça recebidos. Dessa forma corresponderia ao propósito pelo qual Deus os concedeu a vós” (Ellen G. White, Olhando para o Alto, p. 229).
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  1. Devolver o dízimo prova que reconhecemos que Deus é dono das nossas posses. “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim nisto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal até que não haja lugar suficiente para a recolherdes” (Ml 3:10). O dízimo é a décima parte de tudo que temos. Na realidade, tudo que temos pertence a Deus, mas Ele nos empresta para podermos viver, no entanto, reserva a décima parte para Ele. Se devolvermos o que Ele pede, estamos reconhecendo que Ele é o dono de tudo que temos. “Deus tem direito sobre nós e tudo o que temos. Seu direito está acima de qualquer outro. E, em reconhecimento desse direito, ordena que Lhe demos uma parte proporcional, fixa, de tudo o que Ele nos dá. Essa parte específica é o dízimo. Sob a direção do Senhor, foi-Lhe consagrado nos tempos mais remotos” (Ellen G. White, Conselhos sobre Mordomia, p. 43).
    III – A PROVA DE CONFIRMAÇÃO.
  2. Se Adão e Eva obedecessem provariam a sua escolha. “Deus criou o homem para Sua própria glória, para que depois de haver sido a família humana testada e provada, pudesse tornar-se uma com a família celestial. Era propósito de Deus admitir no Céu a família humana, se se mostrassem obedientes a cada uma de Suas palavras. Adão devia ser provado, para ver se seria obediente, como os anjos leais, ou desobediente” (Ellen G. White, A Maravilhosa Graça de Deus, p. 348).
  3. O uso das posses, prova quais são as nossas prioridades. “Jamais nós devemos esquecer de que somos colocados sob prova, no mundo, a fim de determinar nossa habilitação para a vida futura. Nenhum daqueles cujo caráter estiver maculado com a nódoa imunda do egoísmo, poderá entrar no Céu. Portanto, Deus nos prova aqui, concedendo-nos posses temporais, para que o uso que disso fizermos possa revelar se nos poderão ser confiadas as riquezas eternas” (Ellen G. White, Conselhos sobre Mordomia, p. 13).
    CONCLUSÃO
  4. Há diferentes formas do ser humano provar sua lealdade. Deus disse o tempo é todo meu, mas eu te empresto agora para que proves que você reconhece que Eu sou o dono, me vais devolver o sábado, vai me devolver seus talentos no sábado, teu corpo é Meu e eu te empresto para que possas viver, mas para que proves que reconheces que Eu sou o dono do seu corpo, você vai alimentar seu corpo somente com as coisas que eu te digo. E finalmente, tudo o que tens: casa, carro, dinheiro tudo é meu, eu te empresto. Mas para provar que você reconhece que Eu Sou o dono, você vai me devolver o dízimo. O dízimo não é porque Deus precisa de dinheiro, tire isso da sua cabeça. Deus disse: meu é o ouro, meu é o dinheiro. Deus disse: se eu tivesse fome não falaria para você. Tudo pertence a Deus.
  1. A maior prova é a batalha contra o próprio eu. “Deus deseja curar-nos, libertar-nos. Mas como isto requer uma completa transformação, uma renovação de nossa natureza toda, é necessário rendermo-nos inteiramente a Ele. A luta contra o próprio eu é a maior batalha que já foi ferida. A renúncia de nosso eu, sujeitando tudo à vontade de Deus, requer luta; mas a alma tem de submeter-se a Deus antes que possa ser renovada em santidade” (Ellen G. White, Caminho a Cristo, p. 43).
    Ilustração. No final do século 18, na Inglaterra, um fazendeiro estava trabalhando em seu campo quando viu um grupo de caçadores, montados a cavalo, se aproximando de sua fazenda. Havia um de seus campos de plantio que não poderia de maneira alguma ser pisoteado pelos cavalos, e ele ordenou a um de seus empregados: “Feche a porteira daquele campo, e não a abra em hipótese alguma”. Logo, os cavaleiros se aproximaram e lhe ordenaram que a porteira fosse aberta. O menino se recusou. E, um dos caçadores disse: “Eu sou o Duque de Wellington, e ordeno que abra essa porteira para que eu e meus amigos passemos” (O Duque de Wellington foi o general que venceu Napoleão na batalha de Waterloo). O menino tirou o seu boné em sinal de respeito, e respondeu: “Devo conservar esta porteira fechada por ordem do meu patrão”. O Duque tirou seu chapéu e, fazendo uma continência, disse, “Respeito o menino ou o homem que não sucumbi à ameaças e subornos para cometer um erro”. O menino provou sua lealdade.

  2. Minha decisão: Tendo entendido que neste mundo estou à prova para ver se Deus pode me confiar as Suas riquezas eternas; que nada é meu, e que tudo que tenho é dEle, decido devolver-me completamente a Ele e ser fiel na devolução do que a Ele pertence.