Amar é adorar

Semana Jovem

Em um recente anúncio de TV
que vi, um jovem está dividido
entre seguir em frente ou não com
um casamento arranjado. Em seu
país, os casamentos arranjados
eram a norma; no entanto, depois
de morar nos Estados Unidos, ele
teve dúvidas em aderir a esse antigo
costume, principalmente porque
nunca havia conhecido sua futura
esposa.
Mesmo assim, quando ela
chegou no aeroporto, ele esperou
obedientemente por ela, com flores
na mão e uma expressão sombria
no rosto, mas quando a viu, tudo
mudou. Acontece que ela era linda.
De repente, sua expressão sombria
desapareceu. A ideia de se casar
com essa mulher não era mais um
dever terrível, mas um prazer.
O que mudou? Ele a tinha visto.39
Queridos jovens, muitas vezes
servimos e adoramos a Deus por
obrigação. Nós nos arrastamos para
a igreja, nos forçamos a servir aos
outros, mas nosso coração não está

Nele. Somos como aquele rapaz
no aeroporto, relutantemente
segurando flores para Deus.
Tentamos viver como santos
porque sabemos que devemos, mas
achamos pesado, não o fazemos
com alegria.
O que pode mudar isso? Olhe
para Deus!
Quando temos uma visão
de quem Deus realmente é, de
repente nos sentimos energizados
para cumprir Sua missão; quando
contemplamos sua grandeza e
glória, a adoração deixa de ser
árdua. Uma vez que entendemos
Seu grande amor, servir e adorar
não é um dever, é uma alegria!

Ao falar do amor como ação,
não podemos ignorar a questão da
adoração, pois amar a Deus é adorá-lo. Ora, pode não haver assunto que
traga mais polêmicas e opiniões
conflitantes do que o tema do culto.
Quase sempre que o assunto da
adoração é discutido, as pessoas se
voltam para o assunto da música.
Deixe-me dizer-lhes que em nosso
sermão de hoje não entraremos nas
discussões intermináveis que giram
em torno do assunto da adoração,
mas veremos algumas passagens
bíblicas que mostram o que a
verdadeira adoração produz na vida
dos crentes. Para isso, vamos tomar
três passagens bíblicas registradas
no Evangelho de Mateus.
Comecemos lendo Mateus 2:
“Entrando na casa, viram o menino
com Maria, sua mãe. Prostrandose, o adoraram; e, abrindo os seus
tesouros, entregaram-lhe suas
ofertas: ouro, incenso e mirra. E,
tendo sido avisados por Deus em
sonho para não voltarem à presença
de Herodes, os magos seguiram por
outro caminho para a sua terra”.40
Os reis do Oriente, que eram
astrônomos e estudiosos das
profecias, vieram de terras
distantes com a intenção de
adorar o “rei” que havia nascido.41
Você pode imaginar o tempo que
esses homens gastaram em sua
jornada para encontrar Jesus e
adorá-Lo? Eles estavam dispostos a
suportar a estrada difícil e o clima
inclemente apenas para adorar o
Senhor. E quando O encontraram,
prostraram-se diante Dele e
ofereceram-Lhe seus presentes
caros. O que aconteceu com eles
então? A história diz que depois de
adorar o Senhor eles “seguiram por
outro caminho para a sua terra”.42
40Mateus 2:11, 12.
41Mateus 2:2.
42Mateus 2:12

Queridos, sem pretender
forçar a passagem bíblica,
podemos dizer que todo aquele
que verdadeiramente adora ao
Senhor voltará para casa “por outro
caminho”. Em outras palavras, uma
mudança de direção e propósito
ocorrerá em sua vida e experiência
espiritual.
Podemos ver uma segunda
passagem que fala do efeito da
verdadeira adoração em Mateus,
capítulo 14:

“Subindo ambos para o barco, o
vento cessou. E os que estavam
no barco o adoraram, dizendo: —
Verdadeiramente o senhor é o Filho de Deus!”43
A história diz que uma grande
tempestade ameaçou afundar
o barco dos discípulos. No meio
daquela tempestade, Jesus veio
até eles andando sobre as águas.
Ao vê-lo, os discípulos apavorados
gritaram, pensando que fosse um
fantasma, mas Jesus falou-lhes,
dizendo: “Coragem! Sou eu. Não
tenham medo”. 44
É então que Jesus entra no
barco e, milagrosamente, a
tempestade para e o mar revolto
se acalma. Observando o poder do
Senhor, os discípulos prostraram-se a Seus pés e O adoraram, pois
haviam visto o poder do Senhor
sobre a tempestade. Eles haviam
experimentado a paz que excede
todo o entendimento, e agora não
podiam fazer nada além de adorar
o Senhor. Prostrado aos pés do
Mestre não havia lugar para o medo;
a insegurança havia desaparecido.
Sim, queridos jovens, quando
testemunhamos o poder de
Deus e O adoramos, o medo e a
insegurança que ameaçam engolir
nossa vida desaparecem. A paz que
excede todo o entendimento enche
nosso coração e com confiança
podemos dizer: “Se Deus é por nós,
quem será contra nós?”45
O último verso que gostaria de
compartilhar é de Mateus:

“E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: — Salve! E elas,
aproximando-se, abraçaram os
pés dele e o adoraram”. 46
Na sexta-feira anterior a esse
evento, o Senhor foi crucificado e
as esperanças de seus seguidores
foram frustradas. O desânimo, a
derrota e a decepção bateram à
porta de cada um deles. Apenas
alguns permaneceram ao pé da
43Mateus 14:32, 33.
44Mateus 14:27.
45Romanos 8:31.
46Mateus 28:9

cruz! A maioria fugiu e deixou
o Mestre sozinho! Com grande
tristeza, alguns discípulos, e
especialmente algumas mulheres,
viram como o corpo de seu amado
Mestre foi levado ao túmulo.
No domingo, depois do dia de
repouso, essas corajosas mulheres
resolveram ir até o local, mas qual
foi a surpresa delas: o túmulo estava
vazio! Jesus havia ressuscitado e
Ele mesmo saiu ao encontro delas
dizendo-lhes “Salve!”
Vendo seu Mestre ressurreto, a
única coisa que essas crentes fiéis
puderam fazer foi abraçar os pés do
Senhor e adorá-Lo. Ali, prostradas, o
desânimo e a decepção chegaram
ao fim. Na adoração do Cristo
ressuscitado, sua experiência de
derrota se transformou em vitória.

O que aconteceu com os magos
do Oriente, os discípulos e as
mulheres que foram ao túmulo no
dia em que viram a pessoa, o poder
e a autoridade de Jesus? Eles O
adoraram e como resultado, suas
vidas foram transformadas!
Quando você se concentrar na
pessoa, no poder e na autoridade
de Deus, você O amará, O adorará
e, como resultado, sua vida será
transformada. Ralph Waldo
Emerson disse a famosa frase:
“Nós nos tornamos aquilo que
adoramos”. Em outras palavras,
nosso objeto de adoração molda
nossa identidade.
Diz-se que o cientista
evolucionista Charles Darwin
escreveu certa vez em sua
autobiografia: “Minha principal
diversão e meu único emprego
ao longo da vida tem sido o
trabalho científico. Deste trabalho
– acrescentou – nunca fico ocioso”,
pois é “a única coisa que torna a
minha vida suportável”.
Que efeito a dedicação ao
trabalho científico teve sobre a
pessoa que Darwin se tornou?

“Até os trinta anos, Darwin continuou a escrever, “a poesia…
me deu grande prazer, e (…) eu
me deleitei muito com Shakespeare… Mas agora, por muitos
anos (…) é tão insuportavelmente
entediante que me dá náuseas…
Minha mente parece ter se tornado uma espécie de máquina
para moer leis gerais a partir de
grandes coleções de fatos. [Essa]
perda é uma perda de felicidade
(…) [eu me tornei] em ‘uma folha
murcha para todos os assuntos,
exceto Ciência’ [que ele via como
‘um grande mal’]”.
37Mateus 22:37, 38.
38Romanos 13:10

Consideremos agora a vida de
outro gênio influente, o teólogo
Jonathan Edwards. Aos 19 anos,
Edwards escreveu:

“Resolvi… lançar minha alma sobre o Senhor Jesus Cristo, confiar Nele e consagrar-me inteiramente a Ele.”
Mais tarde em sua vida, Edwards
refletiu sobre como seu objeto de
adoração afetou sua alma ao longo
dos anos:

“[Ele trouxe] para a alma uma
pureza inexprimível, brilho, paz e
êxtase. Em outras palavras, transformou a alma em um campo ou
jardim.”
Dois homens talentosos. Um
tornou-se “uma folha murcha” e
o outro um “jardim”. O objeto de
sua adoração moldou o tipo muito
diferente de homens que eles se
tornaram.

Questões para reflexão e estudo

  1. Por que podemos dizer que todo aquele que realmente adora o
    Senhor voltará para casa por outro caminho?
  2. O que pode acontecer se testemunharmos o poder de Deus e
    O adorarmos?
  3. Mencione uma passagem da Bíblia que você gostou que mostra
    o que a verdadeira adoração produz na vida dos crentes.