COMO TRATARAM A JESUS NO PRETÓRIO DE PILATOS

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“Depois levaram Jesus da casa de Caifás para o pretório. Era cedo de manhã. Eles não entraram no pretório para não se contaminarem, mas poderem comer a páscoa.” S. João 18:28. Que cena para o Universo testemunhar! O Juiz de toda a Terra foi trazido a julgamento. Ele era Aquele que havia criado o céu e a Terra. Ele tinha criado aqueles que O arrastaram e empurraram todo o caminho à sala de julgamento de Pilatos, o pretório. Ele lhes mantinha o coração batendo no peito, mesmo enquanto O acusavam. E Ele permaneceu ali silenciosamente, compreendendo plenamente que o dia viria quando aquelas mesmas pessoas se levantariam diante dEle e ouviriam Sua sentença, pronunciada sobre eles para o tempo e a eternidade, quando Ele seria o Juiz de todos. Você alguma vez já se preocupou com o dia do juízo? Você já sentiu medo e, quem sabe, tentou não pensar nisso, porque só de pensar o deixou incomodado? Lembre-se de três coisas ao olhar para a frente, ao juízo vindouro. Primeiro, lembre-se que você será julgado justamente. Quando Jesus foi levado a julgamento, Ele teve que encarar a experiência sabendo que não seria julgado justamente. Ele sabia que aqueles que O acusavam, estavam procurando alguma desculpa para condená-Lo. Mais do que isto, mesmo não encontrando qualquer pretexto válido para condená-Lo, eles O condenariam de qualquer maneira com falsas acusações. A corte diante da qual Ele estava era corrupta e basicamente imoral. Apesar do fato de que tudo que eles realmente tinham contra Ele era que Sua vida sem pecado era uma reprovação àqueles que eram tão pecadores, nenhuma voz foi erguida em Sua defesa. Ele não tinha a mínima chance de ser considerado inocente, de acordo com o padrão de julgamento deles. Quando for levado a julgamento, você será julgado justamente. É isso uma boa ou má noticia? É você inocente ou culpado? É você um pecador ou não?

Se você é levado a uma corte justa e correta, para ser julgado, se você tem ou não tem sido um pecador, qual será a decisão? Não é de admirar que olhemos freqüentemente para o dia do juízo com apreensão e preocupação. Sabemos que se formos julgados justamente, seremos condenados! Seremos considerados culpados. Não temos a mínima chance de ser considerados inocentes, quando medidos pela lei de Deus, Seu padrão no julgamento. Mas, não pare ainda, há uma segunda coisa para lembrar, ao considerar o julgamento. Quando Jesus foi levado a juízo, Ele estava sozinho, não havia ninguém do Seu lado. Ninguém O defendeu das acusações apresentadas contra Ele. A acusação estava ali com toda a força – mas a defesa estranhamente ausente. Haverá uma acusação no dia em que nos levantarmos diante do tribunal de juízo de Deus. Porém, nós também teremos um Defensor, um Advogado com o Pai, Jesus Cristo, o Justo.

Nós não teremos que nos levantar sozinhos diante das acusações do inimigo. Haverá Um que Se levantará ao nosso lado, e Ele foi não apenas tentado como nós, mas também foi levado a juízo. Ele também foi condenado e pagou penalidade que não merecia, tanto que Ele pode agora colocar Sua própria justiça a nosso crédito, de modo que possamos ser absolvidos, o que Ele merecia. Ele foi a julgamento por nós. Ele foi condenado por nós, Ele foi punido por nós. Naturalmente, o que precisamos relembrar quando pensamos na vinda do dia do juízo é que esse mesmo Jesus que é nosso Defensor e que foi julgado por nós, também será o nosso Juiz. Que mais poderia Ele fazer para garantir que nos será dada toda oportunidade de perdão? Entretanto, para Ele, naquele dia, diante de Pilatos, não havia nenhuma esperança de perdão, de misericórdia e de justiça. Os líderes judeus que O arrastaram diante de Pilatos nem mesmo entrariam na sala de julgamento. Eles queriam estar cerimonialmente limpos para a chegada da Páscoa, que indicava Sua morte por eles. Assim, insistiram que Ele fosse condenado à morte, no pátio, fora da sala de julgamento, para que eles pudessem ir para casa a tempo, para o fim-de-semana da Páscoa.

O pecado faz coisas estranhas ao nosso julgamento humano, não é? “Então Pilatos saiu para lhes falar e lhes disse: Que acusação trazeis contra este homem? Responderam-lhe: Se Este não fosse malfeitor, não to entregaríamos.” Em outras palavras, não nos questione! Nós somos os chefes aqui, somos os líderes dessa nação, você não sabe com quem está falando? “Replicou-lhes, pois, Pilatos: Tomai-O vós outros e julgai-O segundo vossa lei.” Ele disse, se vocês são os chefes, então por que O estão trazendo a mim? “Responderam-lhe os judeus: A nós não nos é lícito matar ninguém; para que se cumprisse a palavra de Jesus, significando o modo por que havia de morrer. Tornou Pilatos a entrar no pretório, chamou Jesus e perguntou-Lhe: És Tu o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Vem de ti mesmo esta pergunta, ou to disseram outros a Meu respeito? “Replicou Pilatos: Porventura sou judeu? A Tua própria gente e os principais sacerdotes é que Te entregaram a mim. Que fizeste? “Respondeu Jesus: O Meu reino não é deste mundo. Se o Meu reino fosse deste mundo, os Meus ministros se empenhariam por Mim, para que não fosse Eu entregue aos judeus; mas agora o Meu reino não é daqui.” S. João 18:29-36. Note particularmente a frase: ”Meu reino não é deste mundo. Se o Meu reino fosse deste mundo, os Meus ministros se empenhariam por Mim.” Judas tinha se empenhado em forçar Jesus ao trono – a lutar para colocá-Lo lá. Esse era o seu estilo. Ele cria na luta por aquilo que ele queria. Ele cria no uso da força, tentando fazer as coisas ocorrerem por ele mesmo. Ele não cria em esperar que Deus agisse. Ele queria fazer por si mesmo. Jesus, entretanto, diz: “Meu reino não é deste mundo. Se fosse, então Meus servos lutariam.” Porque Seu reino não era deste mundo, então não era de se supor que Seus servos lutassem para alcançar seus próprios alvos. Seria possível supor que não devamos lutar para trazer vitórias também ao reino espiritual?

Se você analisa o uso da palavra reino nos Evangelhos, descobre que Jesus está falando ou do reino de graça – ou do reino da glória. Ele usava o termo reino, ou reino do Céu, repetidamente. Freqüentemente Suas parábolas começavam com as palavras: “O reino do Céu é semelhante… ” O reino da graça inclui tanto o perdão de Deus quanto Seu poder. E, para qualquer dessas dádivas, não é de se supor que os servos de Deus lutem. Não podemos adquirir ou merecer nosso caminho para o Céu. Nem podemos lutar para obter vitória, obediência e sucesso. Se o reino de Jesus fosse deste mundo, então Seus servos precisariam lutar contra o pecado e o demônio, lutar para obedecer, lutar para entregar-se, lutar pela vitória. Mas Jesus disse: ”Meu reino não é deste mundo.” As bênçãos do reino celestial devem ser recebidas como dádivas. Perdão é uma dádiva. Arrependimento é uma dádiva. Vitória é uma dádiva. Obediência é uma dádiva. E você não luta por aquilo que lhe é dado como uma dádiva. Pedro tinha compreendido mal. Ele tinha desembainhado sua espada e então fugiu de Jesus, quando viu que lutar não era o objetivo. Agora ele estava prostrado no Jardim, desejando morrer. Judas tinha compreendido mal. Agora ele jazia amontoado, sem vida, sob o galho de uma árvore, ao lado do caminho para o Calvário. Pilatos tinha compreendido mal e escolheu dar atenção ao clamor da multidão, em vez de ouvir as serenas palavras de Jesus, que lhe ofereciam a dádiva de um reino onde não seria necessário lutar. Então ele tentou evadir-se da dolorosa decisão, enviando Jesus a Herodes, que também tinha compreendido mal a natureza do reino de Cristo. Pilatos decidiu passar o problema para Herodes. “Herodes, vendo a Jesus, sobremaneira se alegrou, pois havia muito queria vê-Lo, por ter ouvido falar a Seu respeito; esperava também vê-Lo fazer algum sinal. E de muitos modos O interrogava; Jesus, porém, nada lhe respondia.” Jesus não falou uma única palavra a Herodes. “Os principais sacerdotes e os escribas ali presentes O acusavam com grande veemência. Mas Herodes, juntamente com os da sua guarda, tratou O com desprezo e, escarnecendo dEle fê-Lo vestir-se de um manto aparatoso e O devolveu a Pilatos.” S. Lucas 23:8-11. Ao ler essa história pela primeira vez, me senti feliz. Herodes era aquele que havia matado João Batista – aquele que, em sua festa de embriaguez, tinha feito um ousado juramento a Salomé. Assim, por algum tempo, parecia ser até mesmo cristão regozijar-se em ver o frio tratamento que Herodes recebeu de Jesus aquele dia! Essa era minha reação. Esta é a maneira de tratar Herodes, Senhor! Bem feito para Herodes! Ignore-o. Repreenda-o. Seja vingativo. Fiquei contente em descobrir que ser assim ignorado teria sido o mais duro golpe que Herodes poderia ter recebido. Então cheguei a compreender que Jesus não é desse jeito. Jesus veio para morrer por Herodes, bem como por você e por mim. Assim, você não vê Jesus ali de queixo erguido, vingando-Se. Em vez disso, você vê Jesus com o queixo trêmulo, com silenciosas lágrimas fluindo, porque mais um de Seus amigos, tão belamente criado, O desprezara. Você vê Jesus, com o coração quebrantado, aceitar a decisão que Herodes já havia tomado. Como Herodes chegou a tomar essa decisão contra Cristo? Rejeitando o espírito de profecia! (Você gostou disso? Você não esperava que isso aparecesse aqui, não é? Mas é verdade?) João Batista foi um dos maiores profetas. De fato, segundo o relato do evangelho, João Batista era mais do que um profeta. Ele era chamado o mensageiro do Senhor. E a trágica conclusão da história de Herodes é que se você é inimigo do mensageiro do Senhor, inimigo dos profetas, você será inimigo de Jesus também. Os dois sempre vão juntos. “Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tão pouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite alguém dentre os mortos.” S. Lucas 16:31. Herodes havia rejeitado a verdade falada a ele pelo profeta, e nenhuma outra mensagem lhe seria dada. Jesus aceitou a escolha de Herodes porque não havia outra maneira de alcançar-lhe o coração.

Com ira e humilhação, Herodes enviou Jesus outra vez de volta à corte de Pilatos. Vamos acompanhar a história em S. Mateus 27. Desta vez temos a Sra. Pilatos aparecendo em cena. “E estando ele no tribunal, sua mulher mandou dizer-lhe: Não te envolvas com Esse justo; porque hoje, em sonho, muito sofri por Seu respeito.” Verso 19. Talvez isso tenha ocorrido semanas ou até meses atrás. Pilatos e sua esposa estavam assentados na mesa do café da manhã. Pilatos estava comendo seu pão e tomando café e a Sra. Pilatos estava ajudando-o, apresentando o jornal da manhã, com o noticiário de Jerusalém! Ela chamou sua atenção para os títulos e noticias, aqui e ali, que tinham a ver com Jesus de Nazaré. Ela devia ter ouvido sobre Jesus e tinha um suave lugar no coração para Ele, antes dessa época. Ela devia estar buscando a verdade. Ela era o tipo de pessoa com quem Deus podia Se comunicar, e ela teve um sonho que lhe causou sofrimento. Ela viu Jesus sendo julgado na sala de julgamento. Viu que seu marido não O libertou como deveria ter feito. Ela viu a cruz do Calvário e o corpo ensangüentado de Jesus pendurado entre o céu e a Terra. Ela ouviu Seu lamento: “Está consumado.” Então ela viu ainda mais além, no futuro, ao tempo quando Jesus voltará à Terra em poder e majestade. Foi então que ela acordou e enviou uma urgente mensagem a seu marido, advertindo-o do erro que ele estava por cometer. Pilatos, porém, ainda foi adiante, involuntariamente, desejando de algum modo, tanto libertar Jesus, quanto pacificar a irada multidão. Mas, no final, ele agiu sutilmente e sacrificou Jesus, tentando manter a aprovação da multidão. Isso nos leva de volta a S. João 18. Pilatos está tentando um último golpe desesperado com a multidão e seus líderes. Ele diz: “É costume entre vós que eu vos solte alguém por ocasião da Páscoa; quereis, pois, que vos solte o rei dos judeus? Então gritaram todos, novamente: Não este, mas Barrabás! Ora, Barrabás era salteador.” Versos 39 e 40.
Futon Oursler, em seu livro The Greatest Story Ever Told (A Maior História Já Contada), apresenta Barrabás como um zelote – um revolucionário anti-Roma. Ele era bem conhecido como ladrão e salteador. Porém, os líderes religiosos escolheram Barrabás, o que era em essência escolher a ilegalidade. Optando por Barrabás, eles estavam escolhendo alguém que não cria que a lei deveria ser obedecida. Se tivessem escolhido Jesus, teriam escolhido respeito pela lei de Deus, pela obediência e pela vitória. Quão sutilmente esses mesmos temas têm surgido até mesmo na igreja hoje. Outra vez encontramos a escolha entre Cristo e Barrabás. Qual deles está você escolhendo em sua vida? Está você aceitando companheirismo e comunhão com Cristo, como um modo de vida, como o método para receber Seus dons de perdão e vitória? Ou está você escolhendo Barrabás, lutando suas próprias batalhas e acomodando-se na crença de que a lei não precisa ser obedecida? O povo de Israel havia feito sua escolha. Eles escolheram Barrabás. A decisão nunca foi alterada. “Logo a seguir, os soldados do governador, levando Jesus para o pretório, reuniram em torno dEle toda a coorte. Despojando-O das vestes, cobriram-no com um manto escarlate; tecendo uma coroa de espinhos puseram-Lha na cabeça, e na mão direita um caniço; e, ajoelhando-se diante dEle, O escarneciam, dizendo: Salve, Rei dos judeus! E, cuspindo nEle, tomaram o caniço, e davam-Lhe com ele na cabeça.

Depois de O terem escarnecido, despiram-Lhe o manto, e O vestiram com as Suas próprias vestes. Em seguida O levaram para ser crucificado.” S. Mateus 27:27-31. Jesus que, como Criador do Universo, poderia ter em um momento convocado o auxílio de dez mil anjos, para libertá-Lo da horrível cena, continuou submetendo-Se à morte, por amor a você e a mim – até mesmo à morte na cruz.